“Vamos defender os 35% das exportações que foram afetadas. Vamos nos debruçar nesses 35% e preservar empregos", disse o vice-presidente Geraldo Alckmin
Sexta-feira, (01) de agosto de 2025
O tarifaço de 50% anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afetará "apenas" 35,9% das exportações brasileiras para os EUA, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). A redução do impacto ocorreu após a Casa Branca divulgar uma lista com cerca de 700 exceções e adiar o início da cobrança para 6 de agosto.
O recuo de Trump vem diante da postura firme do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que manteve posição intransigente diante da tentativa do presidente dos EUA de usar tarifas como instrumento de pressão política. Lula recusou-se a aceitar qualquer condicionamento que implicasse interferência no Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente no julgamento de Jair Bolsonaro, ou na política interna brasileira, reforçando que a independência entre os Poderes e a soberania nacional não inegociáveis.
Entre os produtos que ficaram fora da nova taxação estão aviões, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de ferro, que continuarão pagando tarifas de até 10%, conforme definido em abril. Ainda assim, setores como café, carnes, frutas e pescados permanecem na lista dos itens que sofrerão a tarifa de 50%.
Além disso, 44,6% das exportações brasileiras foram excluídas da sobretaxa, enquanto outros 19,5% já estavam sujeitos a tarifas específicas – como aço, alumínio e automóveis, taxados anteriormente sob alegações de segurança nacional. Mercadorias já embarcadas também não serão afetadas, desde que enviadas até sete dias após a ordem executiva.
Nas redes sociais, a hashtag #TACO (Trump Always Chickens Out) ganhou destaque, ironizando o recuo de Trump e celebrando a firmeza do governo brasileiro. Internautas exaltaram Lula e defenderam o ministro Alexandre de Moraes, do STF, alvo direto sanções por parte do governo dos EUA.
Alckmin: “Vamos preservar empregos”
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, destacou que o governo já tem um plano de ação para mitigar os prejuízos e preservar empregos.
“Vamos defender os 35% das exportações que foram afetadas. Vamos nos debruçar nesses 35% e preservar empregos, fazendo estudos visando esses setores mais atingidos”, afirmou, em entrevista ao programa "Mais Você", da Globo.
Segundo Alckmin, a estratégia inclui medidas financeiras, creditícias e tributárias, além de negociações para ampliar a lista de exceções. Ele também defendeu a busca por novos mercados e citou a abertura de 398 mercados externos e acordos comerciais recentes do Mercosul, como o firmado com Singapura e o previsto com a União Europeia.
“Não damos isso como assunto encerrado. A negociação crescerá”, concluiu o vice-presidente.
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