STF DETERMINA QUE PEDIDO DE EXTRADIÇÃO DA BOLSONARISTA CARLA ZAMBELLI INCLUA AÇÃO POR PERSEGUIÇÃO ARMADA EM 2022

Deputada foi presa na Itália nesta semana após ficar dois meses foragida no país europeu. Ela foi condenada a dez anos de prisão por falsidade ideológica e invasão do sistema CNJ
Sábado, (02) de agosto de 2025
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou à Advocacia-Geral da União (AGU) a inclusão de uma segunda ação penal no pedido de extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) feito à Itália.

O STF aceitou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) após a deputada sacar e apontar uma arma para um homem negro, apoiador do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em plena via pública, em São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

A determinação foi feita nesta sexta-feira (1º), após o STF agendar para o dia 15 de agosto o julgamento da ação que deve condenar Zambelli pela segunda vez. Os ministros já formaram maioria de seis votos a zero para condenar a parlamentar a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto, com perda do mandato.

Barroso, Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin seguiram o voto do relator, Gilmar Mendes, que rejeitou o uso de arma como reação a ofensas, por contrariar o Estado Democrático de Direito. “O porte de arma de fogo para defesa pessoal não se presta a autorizar que a portadora persiga outras pessoas em via pública com sua arma de fogo”, argumentou Mendes.

A ação penal será incluída no processo de extradição que teve como base um outro processo: a condenação de Zambelli por articular a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2023, para fraudar documentos oficiais, inclusive com a criação de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Ela recebeu uma pena de 10 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, além da perda do mandato parlamentar e inelegibilidade.

Logo após a condenação, Zambelli deixou o país e fugiu para a Itália, onde foi presa no último dia 29. Nesta sexta-feira (1º), a Justiça italiana decidiu mantê-la detida enquanto aguarda o julgamento do pedido de extradição feito pelo Brasil. Ela está na prisão feminina Germana Stefanini, próximo a Roma, uma das maiores da Europa. O presídio tem capacidade para 272 mulheres, mas abriga 371.

A deputada, que estava na lista de procurados da Interpol, foi presa em um apartamento em Roma. A polícia cercou o prédio para impedir uma fuga, apesar de a defesa declarar que Zambelli se entregou espontaneamente. Segundo o advogado Fábio Pagnozzi, ela estava pintando e lavando o cabelo quando os agentes chegaram. A deputada pegou seus remédios e foi levada à delegacia sem resistir.

O trâmite judicial que pode terminar com a extradição, segundo estimativas da defesa e de especialistas, pode durar de um ano e meio a dois anos. Caberá ao Ministério da Justiça da Itália decidir se aceita ou não dar prosseguimento ao pedido formal de extradição feito pelo Brasil. Se a pasta autorizar, o caso será analisado pela Corte de Apelação de Roma, que pode ser acionada por ambas as partes, o que pode arrastar o processo. No entanto, o processo de extradição precisa ser aprovado pelo ministro da Justiça, tornando a decisão política.

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