Dados revelam um avanço na participação das mulheres no mercado de trabalho. Entre os inscritos no Cadastro Único, elas representam 52,9% do saldo de empregos
Terça-feira, (12) de agosto de 2025O mercado de trabalho brasileiro manteve trajetória de crescimento no primeiro semestre, de janeiro a junho de 2025, com um saldo de 1.222.591 vagas de emprego formais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Desse total, 977.690 vagas (80%) foram ocupadas por pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), principal ferramenta de identificação de famílias em situação de vulnerabilidade. Os números reforçam o impacto das políticas públicas de inclusão no emprego formal.
Os dados revelam um avanço na participação das mulheres no mercado de trabalho. Entre os inscritos no Cadastro Único, elas representaram 52,9% do saldo de empregos, superando os homens, que ficaram com 47,1%. Esse fenômeno também se refletiu nas admissões, onde as mulheres corresponderam a 55,5% (2.737.997) das contratações, enquanto os homens representaram 44,5% (2.196.442).
Entre os beneficiários do Bolsa Família, o saldo de empregos atingiu 711.987 vagas, equivalente a 58,2% do total geral. As mulheres também se destacaram nesse grupo, representando 55,5% das contratações líquidas. Nas admissões, elas corresponderam a 59,7% (1.410.133) e dos homens foi de 951.292 pessoas (40,3%).
As informações são fruto de cruzamento de dados realizado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) com os números do Caged.
Políticas públicas eficazes
Os números demonstram o papel das políticas públicas na promoção e geração de oportunidades de emprego, como o Programa Acredita no Primeiro Passo, do MDS. Instituído em 2024, o programa promove a inclusão socioeconômica de pessoas em situação de vulnerabilidade inscritas no CadÚnico com foco especial em mulheres, jovens, negros, pessoas com deficiência e comunidades tradicionais ou ribeirinhas. Ele atua em três eixos principais: emprego, qualificação profissional e empreendedorismo.
Em julho, cerca de 1 milhão de famílias deixaram o Bolsa Família por aumentarem a renda. Mais da metade destes domicílios atingiram o prazo máximo de 24 meses na Regra de Proteção, medida que permite estabilidade econômica para que as pessoas deixem de necessitar do benefício social.
Distribuição geográfica
Os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná lideraram a criação de empregos para o público do Cadastro Único, somando 553.813 vagas, o que representa 56,6% do total. Já entre os beneficiários do Bolsa Família, esses mesmos estados concentraram 391.694 empregos, correspondendo a 55% do saldo nacional. São Paulo se destacou como o maior gerador de oportunidades em ambos os grupos, com 247.511 vagas para inscritos no Cadastro Único e 167.570 para beneficiários do Bolsa Família.
Beneficiários deixam o Bolsa Família ao aumentar renda
Os dados comprovam mais uma vez que, quando têm oportunidades de melhorar de vida, beneficiários não pensam duas vezes em deixar de receber as transferências de renda. Em julho de 2025, aproximadamente 1 milhão de famílias deixaram o Bolsa Família por aumento de renda, de acordo com o MDS.
Mais da metade desses lares atingiu o prazo máximo de 24 meses da Regra de Proteção, mecanismo que assegura o recebimento parcial do benefício mesmo após o ingresso em empregos com melhor remuneração, garantindo estabilidade durante a transição para fora do programa.
O recorte geográfico mostra que cinco estados concentraram mais da metade das oportunidades geradas para inscritos no CadÚnico no semestre: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná somaram 553.813 contratações, o equivalente a 56,6% do total nacional.
Entre beneficiários do Bolsa Família, esses mesmos estados responderam por 391.694 empregos (55% do total). São Paulo liderou em ambos os recortes, com 247.511 vagas para pessoas do CadÚnico e 167.570 para beneficiários do Bolsa Família.
Políticas sociais
O MDS avalia que a integração entre programas de transferência de renda, qualificação e estímulo ao emprego formal do governo Lula é determinante para a mobilidade social.
“O CadÚnico não é apenas um cadastro, é uma porta de entrada para políticas públicas que estão mudando o perfil do mercado de trabalho brasileiro, com mais inclusão e oportunidades para quem mais precisa”, destacou a pasta.
O Caged, administrado pelo MTE, é o instrumento oficial de registro de admissões e desligamentos de trabalhadores com carteira assinada no país. Já o CadÚnico, coordenado pelo MDS, reúne informações de mais de 40 milhões de famílias brasileiras e serve de base para a formulação de políticas públicas voltadas à população de baixa renda.
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