O instituto acionou o Ministério Público para que a cantora não seja contratada pelo governo do estado e pela prefeitura de Salvador
Segunda-feira, (03) de fevereiro de 2025
Claudia leite - Foto: @claudialeitte via Instagram / Estadão |
Segundo o MP-BA, a petição foi feita pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) e pela Ialorixá Jaciara Ribeiro, na quinta-feira (30). O requerimento será analisado pela Promotoria de Justiça com atribuição para a matéria.
Em contato com o Idafro para saber mais informações sobre a petição, mas não conseguiu até a última atualização desta reportagem. O portal também procurou a assessoria de Claudia Leitte, mas não recebeu resposta.
Polêmica por troca de letra
Claudia Leitte foi criticada após mudar um verso da música "Caranguejo" desde que se tornou evangélica. A cantora optou por passar a cantar o trecho "Eu canto ao meu Rei, Yeshua" ao invés da letra original, "Saudando a rainha Iemanjá".
Um artista que saiu em defesa de Claudia Leitte após a polêmica da mudança da letra foi Carlinhos Brown. Em entrevista, o cantor disse que o gesto não significa que a colega seja preconceituosa.
Quem também apoiou a cantora foi Tatau: “O carnaval é maior que Tatau, Claudinha, Bell e Ivete. É maior que todos nós. Eu vou passar, todo mundo vai passar, e o carnaval vai continuar aí. Esfrie sua cabeça, que está tudo certo”, comentou o cantor.
Entenda a polêmica
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou um inquérito para apurar um possível ato de racismo religioso cometido por Claudia Leitte, após o primeiro show de ensaio de verão da artista no Candyall Guetho Square, também em Salvador, onde fica a sede da Timbalada, banda criada por Carlinhos Brown.
Em vídeos que viralizaram na web, a cantora aparece cantando “Eu canto meu Rei Yeshua” (Jesus em hebraico) ao invés de “Saudando a rainha Iemanjá”, como já fez em outros shows pelo Brasil desde 2014, mesmo período em que se converteu evangélica.
A atitude da cantora gerou polêmica nas redes sociais e foi comentada pelo então secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, e pela professora e vencedora do Prêmio Jabuti, Bárbara Carine.
O procedimento apura a "responsabilidade civil diante de possível ato de racismo religioso consistente na violação de bem cultural e de direitos das comunidades religiosas de matriz africana, sem prejuízo de eventual responsabilização criminal".