As apurações indicaram que um grupo criminoso orquestrou a destruição de imóveis e mercadorias das vítimas.
Terça-feira, (19) de novembro de 2024
Três homens foram presos, nesta terça-feira (19), suspeitos de serem responsáveis por incêndios criminosos que destruíram um galpão e duas lojas de produtos chineses, em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações indicaram que o grupo, com base em São Paulo, planejou os incêndios, ocorridos no dia 12 de setembro, por causa de disputas comerciais.
Eles foram localizados em São Paulo e Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, durante cumprimento da "Operação Huǒlóng: Dragão de Fogo". As cidades não foram informadas pela Polícia Civil.
Conforme a PC, o crime foi financiado por um empresário chinês, que mora em São Paulo e é proprietário de uma empresa de importação e exportação. Ele teria pago R$ 50 mil para a execução dos incêndios em Feira de Santana.
A motivação está relacionada a uma rivalidade comercial entre o mandante e as vítimas, empresários chineses residentes no município baiano.
As transferências financeiras entre os envolvidos, realizadas via PIX, foram rastreadas pelos investigadores, e contribuiu para identificar a dinâmica do crime. Ainda segundo a Polícia Civil, um cabo da Polícia Militar de São Paulo foi indiciado como intermediário na contratação dos executores.
Ele articulou a participação de quatro envolvidos, sendo responsável pela coordenação da operação criminosa.
As lojas ficam no centro de Feira de Santana, enquanto o galpão fica no bairro Pedra do Descanso. Os três espaços pertencem ao mesmo empresário , um chinês identificado como Wang, que vive na cidade há 13 anos. Segundo a Polícia Civil, os prejuízos foram estimados em mais de R$ 15 milhões.
Relembre o caso
Nas lojas de produtos chineses, o fogo foi apagado rapidamente, enquanto no galpão foi necessário mais de 1h30 para conter as chamas. O telhado desabou, o que dificultou o trabalho das equipes.
Os bombeiros também informaram que havia muito material inflamável nos três espaços, como caixas plásticas e embalagens. Segundo Marlom Reis, sócio do empresário chinês, o galpão guardava aparelhos eletrônicos e uma garrafa pet com gasolina foi encontrada em uma das lojas queimadas.
"No galpão, a maior parte da mercadoria era de eletrônicos. Tinha por volta de R$ 3 milhões em mercadoria e perdeu tudo", contou Marlom Reis.
Ainda segundo os militares, um prédio da prefeitura, que fica ao lado do galpão, teve uma parede rachada por causa do incêndio. Os bombeiros fizeram o processo de resfriamento no imóvel, para que ele também não fosse atingido pelas chamas.