PASTOR EVANGÉLICO DE 45 ANOS É PRESO SUSPEITO DE MATAR MULHER TRANS EM QUARTO DE MOTEL; O RELIGIOSO É CASDO A 25 ANOS E PAI DE 3 FILHOS

Corpo de Luane Costa da Silva, de 27 anos, foi encontrado em um motel. Suspeito revelou à Polícia Civil que entrou em luta corporal com a vítima no estabelecimento.
Sexta-feira, (25) de outubro de 2024
Uma mulher trans, identificada como Luane Costa da Silva, natural de Santo Antônio de Jesus, na Bahia, foi encontrada morta em um quarto de motel na Vila Mathias, em Santos (SP). Segundo informações do G1, o principal suspeito é um pastor de 45 anos que foi preso em flagrante pela polícia. A causa da morte ainda está sob investigação e será determinada por laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML).

O caso ocorreu na noite de terça-feira (22), quando Luane e o pastor chegaram ao motel em um carro. De acordo com depoimentos colhidos pela Polícia Civil, após aproximadamente 30 minutos no local, o homem deixou o quarto e devolveu a chave à recepção. Testemunhas relataram que ele retornou mais tarde para recuperar um celular que havia esquecido no quarto e, nesse momento, foi detido por funcionários e, em seguida, preso em flagrante pela polícia.

Relato do pastor
Em seu depoimento, o pastor contou que conheceu Luane enquanto dirigia pela Avenida Senador Feijó, em Santos. Segundo ele, a mulher teria oferecido um programa por R$ 100. Eles seguiram para o motel, mas o acordo foi rompido após o homem descobrir que ela era uma mulher trans. “Diante da recusa, a vítima se sentiu humilhada e exigiu mais uma transferência de R$ 100 via PIX”, afirmou o suspeito.

Ainda segundo o relato do pastor, ele teria feito o pagamento extra para evitar que Luane causasse um "escândalo" e chamasse a polícia. O homem revelou ser casado há 25 anos, pai de três filhos, e pastor em uma igreja na cidade, motivo pelo qual temia que sua esposa descobrisse a traição.

Violência e morte no quarto
O depoimento do suspeito sugere que houve um desentendimento no quarto, levando a uma luta corporal. Segundo ele, Luane teria impedido sua saída, segurando a chave e pedindo mais dinheiro. O pastor alegou que a mulher trans pegou uma arma de choque, iniciando a briga. “Eles entraram em luta corporal, e ele caiu sobre Luane, percebendo que ela estava com o ‘braço mole’”, relata o documento policial.

Após o ocorrido, o pastor afirmou ter pegado a chave do quarto e a arma de choque, deixando o local e retornando para sua casa. Mais tarde, voltou ao motel para buscar o celular, mas foi surpreendido pela presença de funcionários, que chamaram a polícia. A arma de choque teria sido descartada em um canal da cidade, segundo o depoimento do suspeito.

Irmã de mulher acredita que pastor mentiu no interrogatório
A irmã de Luane desconfia da versão apresentada pelo investigado. "Eles sempre vão dar essa versão de dizer que pensou que era mulher. Eles sempre procuram a gente na noite e depois vêm com essa versão. Fazem o ato, o acontecimento, depois vêm com essa versão de casado, de pensar que era mulher e é tudo mentira", afirmou Myllena Rios, que também é uma mulher trans.

"Ele saiu com ela de um ponto que ficam travestis e mulheres trans. Tudo que aquele homem miserável contou é mentira, dá para ver".

Segundo Myllena, Luane viajou para Santos no dia 15 de outubro, acompanhada do marido, para procurar um apartamento para morar na cidade. A ideia era que Myllena e o companheiro se juntassem ao casal no fim do mês.

Em entrevista ao g1 Bahia, Myllena Rios definiu a irmã como uma pessoa amiga, amável e querida. "Ela não tinha rixa com ninguém, não era problemática e gostava de beber, curtir e brincar", recordou.

Para ela, Luane será lembrada pelo acolhimento oferecido. De acordo com a baiana, a vítima ajudou várias mulheres trans que foram abandonadas pelas famílias em Santo Antônio de Jesus, oferecendo abrigo dentro da própria casa.

"Luane sempre foi uma pessoa maravilhosa, sempre procurou ajudar a todos, principalmente mulheres trans. Ela sempre foi solidária", detalhou.

Mesmo com a prisão do suspeito, Myllena disse que vai lutar para que o crime não caia no esquecimento e que o pastor pague pela morte da irmã.

"Não posso deixar esse processo ser arquivado. Esse miserável não pode ser solto. Se precisar, vou viajar para Santos, mas não vou deixar ficar impune. Quero justiça".

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