DIA HISTÓRICO: AINDA ESTOU AQUI VENCE O OSCAR 2025 DE MELHOR FILME INTERNACIONAL

Obra dirigida por Walter Salles e estrelada por Fernanda Torres, com participação de Fernanda Montenegro, recebe primeira estatueta do Brasil no maior prêmio do cinema mundial
Domingo, (02) de março de 2025
Domingo, 2 de março de 2025. Este é o dia que entrou para a história das artes no Brasil. O longa-metragem Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres, com participação de Fernanda Montenegro, venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional, a primeira estatueta conquistada por uma produção brasileira.

O anúncio, no glamouroso Teatro Dolby, em Hollywood, na cidade de Los Angeles, nos EUA, foi feito pela atriz espanhola Penélope Cruz. Assim que o nome da obra brasileira foi anunciado em inglês, “I'm Still Here”, um rompante de emoção tomou a plateia, para os olhares incrédulos de Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello, que no filme representou o deputado cassado Rubens Paiva, raptado e assassinado por agentes da Ditadura Militar (1964-1985), no dia 20 de janeiro de 1971.

Em seu discurso, o diretor Walter Salles agradeceu antes de tudo ao cinema brasileiro dedicou o prêmio a Eunice Paiva, segundo ele uma mulher que decidiu não se curvar diante de uma perda provocada por um regime autoritário. Salles agradecendo ainda às duas mulheres extraordinárias que deram vida a Eunice, as atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.

A premiação de Ainda Estou Aqui no mais relevante evento do cinema mundial levou ao conhecimento de espectadores por todo o globo um pouco da dramática História do Brasil de um passado relativamente recente. Sob 21 anos de uma violenta e sangrenta ditadura, o gigante país sul-americano somou milhares de casos de violações aos direitos humanos, como prisões arbitrárias, torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados. Rubens Paiva, uma notória vítima desses crimes praticados sob um regime de terrorismo de Estado, nunca mais foi visto após ser levado de dentro de casa, no Rio, por agentes da repressão. Sua esposa, Eunice Paiva, que se tornaria uma reconhecida e incansável ativista, é protagonista do filme, interpretada por Fernanda Torres.
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