Influenciador digital e ex-coach foi condenado por abuso de poder político e econômico na campanha para a prefeitura de São Paulo em 2024
Sexta-feira, (21) de fevereiro de 2025
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Pablo Marçal votou no fim do dia — Foto: Divulgação |
A sentença se baseia em indícios de que Marçal utilizou sua estrutura empresarial e a ampla rede de seguidores para impulsionar artificialmente sua candidatura, prática que pode configurar abuso de poder econômico. Além disso, há acusações de propaganda eleitoral antecipada e financiamento irregular de campanha, com o uso de recursos privados para ampliação da visibilidade eleitoral. Segundo a decisão judicial, esse tipo de prática fere a isonomia do pleito e prejudica adversários que não dispõem de meios similares para promoção eleitoral.
A Justiça Eleitoral tem ampliado sua vigilância sobre o uso indevido de redes sociais e recursos empresariais para campanhas eleitorais, o que tem levado a uma série de condenações recentes. O caso de Marçal se insere nesse contexto de fiscalização mais rígida para evitar distorções no processo democrático. O Ministério Público Eleitoral já havia apontado indícios de irregularidades na campanha do empresário desde o início do período eleitoral, o que resultou em diversas representações na Justiça.
Caso a decisão seja mantida, Marçal permanecerá inelegível até 2032, o que inviabilizaria sua participação em eleições municipais e estaduais ao longo desse período. Especialistas avaliam que essa condenação pode dificultar futuros projetos políticos do influenciador, que vinha tentando se consolidar como um nome forte no cenário conservador e empresarial da política brasileira.
A defesa de Marçal, por sua vez, alega que não houve qualquer irregularidade e que a decisão representa um cerceamento de seus direitos políticos. Seus advogados devem recorrer da condenação nos tribunais superiores, buscando reverter a inelegibilidade imposta pela Justiça Eleitoral. Caso o recurso seja aceito, a decisão pode ser suspensa até julgamento final.
Aliados e opositores
Enquanto isso, o caso repercute entre aliados e opositores. Políticos da base governista comemoraram a decisão, afirmando que ela reforça a necessidade de fiscalização rigorosa do uso de recursos na campanha eleitoral. Já apoiadores de Marçal veem a condenação como um ataque político e uma tentativa de impedir a ascensão de novos nomes no cenário eleitoral.
O desdobramento do caso pode ter impacto não apenas na trajetória política de Marçal, mas também no debate sobre a regulamentação de campanhas eleitorais em um contexto cada vez mais digitalizado. O uso de influência online como ferramenta política tem sido tema de discussão dentro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que busca estabelecer critérios mais claros sobre a fronteira entre liberdade de expressão e abuso de poder econômico nas redes sociais.