PF APREENDE DOCUMENTOS EM CASA DE DEPUTADO ESTADUAL DO PATRIOTA APONTADO COMO CHEFE DE MILÍCIA NA BAHIA

Domingo, (30) de junho de 2024
Equipes apreenderam documentos na casa do deputado federal Binho Galinha, neste sábado (29) — Foto: Divulgação/PF
A Polícia Federal (PF) fez operação neste sábado (29) em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvdor, contra um grupo especializado em lavagem de dinheiro e outros crimes. Na ocasião, foi cumprido um mandado judicial de busca e apreensão na casa do deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha, apontado como chefe de milícia.

A ação teve apoio da Receita Federal e é um desdobramento de outra ação, a El Patron, deflagrada no dia 7 de dezembro de 2023 para desarticular uma organização suspeita de envolvimento com jogos de azar, agiotagem, extorsão, receptação qualificada, entre outros crimes, com atuação em Feira de Santana e cidades vizinhas.

Desde então, foram expedidos 10 mandados de prisão, 33 mandados de busca e apreensão. Os presos foram oito militares, a esposa e o filho do deputado.

Também foram determinados o bloqueio de R$ 200 mil da conta dos suspeitos e a suspensão de atividades econômicas de seis empresas. Em 22 de maio deste ano, na segunda etapa da Operação Hybris, a PF fez alienação antecipada de 45 propriedades urbanas e rurais e de 245 semoventes, como são chamados os animais de bando que constituem um patrimônio. Isso significa que os bens foram categorizados como garantia para o pagamento de uma dívida.

Em nota emitida neste sábado pelos advogados que representam o político, ele "está colaborando de forma plena e irrestrita com todas as etapas do processo", e a "operação tem como objetivo criar desgastes políticos".

Conforme a PF, a investigação segue para apuração de eventuais outros envolvidos. Se condenados, os investigados poderão ser condenados a penas que, se somadas, podem ultrapassar 50 anos de reclusão.

FORO PRIVILEGIADO 
Binho Galinha, deputado estadual — Foto: Agência Alba
No dia 17 de abril deste ano, a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) informou a disponibilidade dos documentos do processo que envolve o nome de Binho Galinha, encaminhado pelo Ministério Público estadual (MP-BA), para membros do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, reinstalado naquele dia.

De acordo com a AL-BA, a Comissão de Ética é instalada todo início de ano legislativo, porém, há 14 meses, a Casa não contava com a atuação do grupo, que pode, ao ser provocado, avaliar qualquer queixa interna ou externa envolvendo seus pares em possível quebra de decoro.

As análises resultam em pareceres, que vão da não aceitação da denúncia até a cassação de mandatos, passando por advertências ou suspensões temporárias. Fora os casos de arquivamento, todas as decisões do Conselho de Ética passam obrigatoriamente pelo Plenário.

Ainda não existe denúncia formal contra o deputado Binho Galinha dentro da Legislativo estadual, porém, há expectativa de que o Conselho analise a situação do deputado a partir do envio dos documentos do MP. Ele não está preso por ser detentor do foro de prerrogativa de função, conhecido popularmente como foro privilegiado.

O grupo foi composto uma semana depois da Polícia Federal converter em preventiva a prisão da esposa do deputado. Mayana Cerqueira da Silva, de 43 anos, esteve inicialmente sob prisão domiciliar, mas teve o mandado revogado durante a Operação Hybrius, em Feira de Santana. 

Durante a operação do dia 9 de abril foram cumpridos:
  • 17 mandados de busca e apreensão;
  • bloqueio de aproximadamente R$ 4 milhões das contas bancárias dos investigados;
  • suspensão de atividades econômicas de uma empresa, que não teve o nome divulgado.
Início das operações
Binho Galinha ao lado do filho e da esposa, que também são investigados — Foto: Redes Sociais
A Operação El Patrón, deflagrada em dezembro do ano passado, teve seis pessoas presas preventivamente, em princípio, e 35 mandados de busca e apreensão cumpridos em Feira de Santana.

Apesar de o deputado não estar preso, outros envolvidos na organização foram detidos na ocasião, incluindo familiares dele. 

Relembre:
  • três policiais militares;
  • a esposa de Binho Galinha, Mayana Cerqueira da Silva, de 43 anos, que cumpria prisão domiciliar até o dia 9 de abril, quando foi convertida para preventiva;
  • o filho de Binho Galinha, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, de 18 anos, que está em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica.
  • Cada integrante tinha uma função no grupo:
  • PMS: atuavam como "braço armado" da milícia, fazendo as cobranças das dívidas por agiotagem e jogo do bicho.
  • Empresas: os empreendimentos tinham licenciamento para funcionar, mas atuavam para lavagem de dinheiro. A PF não deu detalhes sobre os nomes das empresas, mas afirmou que os funcionamentos de todas elas foram suspensos.
  • Deputado estadual: chefiava a organização criminosa.
  • João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, filho do deputado estadual: era responsável por receber o dinheiro do crime desde quando ainda tinha menos de 18 anos. Ele repassou para o pai cerca de R$ 474 mil.
  • Mayana Cerqueira da Silva, esposa do deputado estadual: as investigações apontaram movimentação financeira incompatível com os rendimentos declarados à Receita Federal e a maioria das transações feitas por ela envolvem os outros suspeitos.
Do G1

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