CASO TAINARA: VEJA A CRONOLOGIA DO ATROPELAMENTO ATÉ A MORTE DA VÍTIMA APÓS QUASE UM MÊS INTERNADA

Mulher foi atropelada e arrastada por mais de 1 km na Marginal Tietê, passou por ao menos cinco cirurgias e morreu em 24 de dezembro; agressor está preso e responde por feminicídio.
Domingo, (28) de dezembro de 2025
Tainara Souza Santos passou por cirurgias e teve as pernas amputadas devido à extensão das lesões Imagem: Reprodução
Tainara Souza Santos, de 31 anos, morreu na noite de 24 de dezembro após quase um mês internada em estado grave. Ela foi atropelada e arrastada por mais de um quilômetro na Marginal Tietê, na Zona Norte de São Paulo, pelo ex-ficante. Depois da morte, o caso inicialmente tratado como tentativa de feminicídio passou a ser investigado como feminicídio. Ao longo da internação, Tainara passou por ao menos cinco cirurgias de alta complexidade.

Veja cronologia

29 de novembro — atropelamento e arrastamento na Marginal Tietê
O crime ocorreu por volta das 6h da manhã, após Tainara deixar um bar no Parque Novo Mundo, na Zona Norte. Ela havia passado a madrugada em um forró com uma amiga e um conhecido.

Segundo testemunhas, o ex-ficante, Douglas Alves da Silva, de 26 anos, apareceu no local com ciúmes, iniciou uma discussão e, depois, aguardou Tainara do lado de fora.

Douglas entrou em um Volkswagen Golf preto e avançou com o carro contra a vítima. Tainara caiu, ficou presa sob o veículo e foi arrastada por mais de um quilômetro pela Avenida Morvan Dias de Figueiredo até a Rua Manguari, nas proximidades da Marginal Tietê. Pessoas tentaram impedir o arrastamento, mas o motorista fugiu.

Câmeras de segurança registraram a ação.

30 de novembro — prisão do suspeito e primeira cirurgia
Douglas Alves da Silva foi preso no dia seguinte ao crime e teve a prisão mantida em audiência de custódia.

No mesmo dia, Tainara foi socorrida em estado gravíssimo e levada ao Hospital Municipal Vereador José Storopolli, na Vila Maria. Segundo familiares, ela passou pela primeira cirurgia ainda no dia 30 de novembro, em procedimento emergencial para conter hemorragias e estabilizar o quadro clínico.

1º de dezembro — amputações das pernas
Devido à gravidade das lesões provocadas pelo arrastamento, Tainara precisou ter as duas pernas amputadas abaixo do joelho. O estado de saúde era considerado crítico, e ela permaneceu internada na UTI.

2 de dezembro — nova cirurgia de estabilização
No dia 2 de dezembro, Tainara passou por outra cirurgia, desta vez para procedimentos de estabilização da bacia e controle de infecções, segundo pessoas próximas à família.

6 de dezembro — prisão convertida em preventiva
No dia 6 de dezembro, a Justiça converteu a prisão de Douglas em prisão preventiva, considerando a gravidade do crime e o risco à ordem pública.

7 de dezembro — agressor vira réu
No dia seguinte, o Ministério Público apresentou denúncia, que foi aceita pela Justiça. Com isso, Douglas Alves da Silva passou à condição de réu, respondendo por tentativa de feminicídio. A tipificação foi posteriormente alterada após a morte da vítima.

8 de dezembro — transferência para o sistema prisional
Douglas foi transferido da carceragem da polícia para uma penitenciária do estado de São Paulo, onde permaneceu preso preventivamente.

16 de dezembro — cirurgia com enxertos de pele
Após dias de internação, Tainara passou por mais um procedimento cirúrgico, com enxertos de pele nas regiões afetadas pelas amputações e ferimentos causados pelo arrastamento.

22 de dezembro — quinta cirurgia e agravamento do quadro
Dois dias antes da morte, Tainara foi submetida à quinta cirurgia, que incluiu novos procedimentos de reconstrução, enxertos de pele na região dos glúteos e traqueostomia para retirada do tubo respiratório.

Após a cirurgia, o estado de saúde se agravou, e o organismo passou a não responder às medicações, segundo familiares.

24 de dezembro — morte na véspera de Natal
Tainara morreu por volta das 19h de 24 de dezembro, no Hospital das Clínicas, após quase 25 dias internada. Com a confirmação do óbito, a Polícia Civil reclassificou oficialmente o caso como feminicídio consumado.

Douglas Alves da Silva segue preso e responde ao processo na Justiça.

Mãe de duas crianças — um menino de 12 anos e uma menina de 7 —, Tainara era descrita por amigas como alegre, doce e apaixonada por dança. A morte causou comoção e motivou manifestações que cobram justiça e políticas públicas de combate à violência contra a mulher.

Após a morte da filha, a mãe de Tainara afirmou, em publicação nas redes sociais, que a jovem lutou até o fim e que agora a família busca justiça para que o crime não seja esquecido.

Do G1


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