ENTENDA COMO TRAFICANTES AGIRAM NAS MORTES DOS TRÊS TÉCNICOS DE INTERNET

Suspeita é que um dos traficantes se confundiu e achou que técnicos instalavam câmeras nos postes.
Quarta-feira, (25) de dezembro de 2025
Jorge Ferreira Santos, Venício Bacelar Costa e Antônio Dias de Jesus estão presos — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Os suspeitos de envolvimento nas mortes dos três técnicos de internet em Salvador atuaram como olheiro, executores e mandantes do grupo criminoso. Segundo a Polícia Civil, pelo menos 11 suspeitos participaram do crime, que completou uma semana nesta terça-feira (23).

Ricardo Antônio da Silva Souza, de 44 anos, Jackson Santos Macedo, 41, e Patrick Vinícius dos Santos Horta, 28, foram encontrados mortos na terça-feira (16), no bairro do Alto do Cabrito. Eles tinham sido vistos pela última vez em 15 de dezembro, no bairro Marechal Rondon, quando faziam instalações de fios em postes.

A suspeita é que um traficante do Bonde do Maluco envolvido no crime se confundiu e achou que uma câmera foi instalada no local. As investigações apontaram que não havia nenhuma câmera instalada. Os nomes dos presos não foram divulgados pela polícia. No entanto, a TV Bahia apurou as identidades dos envolvidos no crime. Nesta reportagem, A atuação de cada um deles nas mortes dos trabalhadores.

Olheiro
Alexandre Souza Barbosa, conhecido como "Esquilo", atuou como uma espécie de olheiro e monitorou o trabalho dos técnicos de internet. Depois, passou as informações para os outros integrantes do grupo criminoso.

Mandantes
A situação foi levada para os "chefes" da organização criminosa, que deram a ordem para matar os técnicos de internet. Três deles já estavam presos e podem ter dado a ordem da prisão. São eles:
  • George Ferreira Santos, conhecido como "Capanga" (preso)
  • Antônio Dias de Jesus, conhecido como "Colorido" (preso)
  • Venício Bacelar Costa, conhecido como "Fofão" (preso)
De acordo com a defesa de George, Antônio e Venício, os três suspeitos não podem ter dado mando no crime, pois nos dias 16 e 17 de dezembro, eles faziam a prova do O Enem PPL (Pessoas Privadas de Liberdade), uma versão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) adaptada para presos e jovens em medidas socioeducativas.

O quarto mandante, Édson Silva de Santana, conhecido como "Jegue", é o único que não está preso. Ele é considerado foragido da Justiça.

Executores
Após a ordem de assassinato ser confirmada pelos chefes da organização criminosa, os suspeitos sequestraram os trabalhadores em Marechal Rondon e os levaram Alto do Cabrito, onde foram amarrados, torturados e mortos.

Eles foram identificados como:
  • Jonatas Amorim Nascimento, conhecido como "Jhnon" (preso)
  • Kauan Pires da Silva, conhecido como "Cabeça de TV" (preso)
  • Alexandre Souza Barbosa, conhecido como "Esquilo" (preso)
  • Joeferson Gomes dos Santos, conhecido como "Geu Banguela" (preso)
  • Adriel Santos da Silva, conhecido como "Nego D'Água" (foragido)
  • Igor Tarso Canuto da Silva, conhecido como "Piloto" (foragido)
  • Jeferson Caíque Nunes dos Santos, conhecido como "Badalo" (morto em confronto)
Suspeitos que foram presos após o crime, em Salvador — Foto: Arquivo pessoal
Vídeo mostra momento que traficante se confunde
A Polícia Civil da Bahia teve acesso ao vídeo do momento em que um dos traficantes do Bonde do Maluco (BDM) envolvidos no crime se confundiu e achou que uma câmera estivesse sendo instalada em um dos postes do bairro Marechal Rondon, na capital baiana. Na gravação, é possível ouvir o homem alertando um comparsa.

Em entrevista ao Bahia Meio Dia, telejornal da TV Bahia, na segunda-feira, o delegado-geral da Polícia Civil do estado, André Viana, descartou a possibilidade de que tivesse uma câmera instalada no local.

As investigações apontaram que as vítimas tinham colocado apenas fios de fibra ótica no equipamento.

Nas imagens, o traficante denuncia a situação ao comparsa Jeferson Caíque Nunes dos Santos, conhecido como “Badalo”, que morreu após trocar tiros com policiais no domingo, em Salvador.

"Aí, 'Badalo', na ladeira, ó! Uma câmera alí, ó! Tá vendo ali no fio? Olha uma lá, de frente para mim, me monitorando", disse o traficante ao confundir o equipamento.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), "Badalo" deixou o presídio da capital baiana em outubro deste ano. O celular de um dos técnicos de internet foi encontrado com ele.

A pasta conta que o suspeito já havia sido preso por roubo a banco com uso de explosivos e tráfico de drogas. Ele estava no Complexo Penitenciário de Mata Escura, mas foi posto em liberdade por meio do livramento condicional.
Suspeitos de envolvimento no crime que estão foragidos — Foto: Arquivo pessoal
Do g1 BA e TV Bahia


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