MENSAGENS DE CELULAR FAZEM VALDEMAR COSTA NETO, PRESIDENTE DO PL VOLTAR A SER ALVO DO STF

Celular de assessor de Braga Netto traz mensagens que indicam orientação para o PL centralizar divulgação de documento falso sobre urnas
Terça-feira, (21) de outubro de 2025
Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto
A reabertura da investigação contra o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, decidida nesta semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF), está ancorada em material colhido na Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2024 e com desdobramentos em dezembro. Entre os itens periciados, o celular do coronel da reserva Flávio Peregrino, assessor de Walter Braga Netto, revelou mensagens que reforçam o envolvimento do partido na divulgação de um relatório sabidamente falso sobre as urnas eletrônicas.

De acordo com fontes na PF, os arquivos apreendidos mostram trocas de mensagens entre Carlos Rocha, ligado ao Instituto Voto Legal (IVL), e um consultor técnico contratado para elaborar o documento. O consultor teria alertado Rocha de que não havia irregularidades nos códigos-fonte das urnas, contrariando a tese de suposta fraude. Mesmo assim, o conteúdo foi levado a público, e o consultor recebeu orientação para não se manifestar, porque “só o PL pode falar” sobre o tema.

As mensagens mostram que, após o alerta interno, o partido convocou coletiva de imprensa em 22 de novembro de 2022, com Valdemar Costa Neto à frente, para questionar o resultado das eleições com base no relatório do IVL. O material foi posteriormente classificado pelo ministro Alexandre de Moraes como “uma das coisas mais bizarras” recebidas pela Justiça Eleitoral.

Histórico de Valdemar
A Polícia Federal já havia indiciado Valdemar em 2024 no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado, mas ele não chegou a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República. Agora, com a inclusão das provas obtidas na Contragolpe, Moraes determinou o reenvio do caso à PGR para que novas diligências sejam conduzidas com base nos crimes de organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O pedido de Moraes foi apresentado durante o julgamento do núcleo 4 da trama golpista, centrado na propagação de desinformação sobre o sistema eleitoral. A Primeira Turma do STF formou maioria para reabrir o caso, acompanhando o voto do relator, que foi seguido por Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino.

Defesa
A defesa de Valdemar Costa Neto não se manifestou até o fechamento deste texto. Caso envie resposta, ela será incluída com o registro de que alega nos autos as razões pelas quais contesta a decisão do Supremo.


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