Celular de assessor de Braga Netto traz mensagens que indicam orientação para o PL centralizar divulgação de documento falso sobre urnas
Terça-feira, (21) de outubro de 2025
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| Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto |
De acordo com fontes na PF, os arquivos apreendidos mostram trocas de mensagens entre Carlos Rocha, ligado ao Instituto Voto Legal (IVL), e um consultor técnico contratado para elaborar o documento. O consultor teria alertado Rocha de que não havia irregularidades nos códigos-fonte das urnas, contrariando a tese de suposta fraude. Mesmo assim, o conteúdo foi levado a público, e o consultor recebeu orientação para não se manifestar, porque “só o PL pode falar” sobre o tema.
As mensagens mostram que, após o alerta interno, o partido convocou coletiva de imprensa em 22 de novembro de 2022, com Valdemar Costa Neto à frente, para questionar o resultado das eleições com base no relatório do IVL. O material foi posteriormente classificado pelo ministro Alexandre de Moraes como “uma das coisas mais bizarras” recebidas pela Justiça Eleitoral.
Histórico de Valdemar
A Polícia Federal já havia indiciado Valdemar em 2024 no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado, mas ele não chegou a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República. Agora, com a inclusão das provas obtidas na Contragolpe, Moraes determinou o reenvio do caso à PGR para que novas diligências sejam conduzidas com base nos crimes de organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O pedido de Moraes foi apresentado durante o julgamento do núcleo 4 da trama golpista, centrado na propagação de desinformação sobre o sistema eleitoral. A Primeira Turma do STF formou maioria para reabrir o caso, acompanhando o voto do relator, que foi seguido por Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino.
Defesa
A defesa de Valdemar Costa Neto não se manifestou até o fechamento deste texto. Caso envie resposta, ela será incluída com o registro de que alega nos autos as razões pelas quais contesta a decisão do Supremo.
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