Com a mão no peito de Tarcísio, que estava ao lado de Michelle, Malafaia criticou "politiqueiro que não tem moral" que dizem ser "o candidato da direita no lugar de Bolsonaro".
Segunda-feira, (08) de setembro de 2025
Ao elevar o tom contra o Supremo Tribunal Federal (STF) na semana quem que tentou assumir o comando do golpe pela anistia a Jair Bolsonaro (PL), o "capitão" Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) foi humilhado por Silas Malafaia, organizador do ato de 7 de Setembro na Avenida Paulista neste domingo (8).
Após selar a paz com o guru de Bolsonaro em jantar no Palácio dos Bandeirantes na última quarta-feira (3), o governador paulista subiu ao trio elétrico com a pretensão de ser a principal estrela do evento e, enfim, ter o apoio do núcleo duro de Bolsonaro para buscar os votos dos apoiadores mais extremistas.
No entanto, o que se viu foi uma humilhação imposta por Malafaia, que fez uma reprimenda pública ao governador paulista, se referindo aos "politiqueiros que não tem moral" que buscam tomar o lugar de Bolsonaro.
"Eu estou ouvindo uma conversa por aí. Fulano é o candidato da direita no lugar de Bolsonaro. Beltrano é o candidato da direita. Aí, o cara vai visitar Bolsonaro, politiqueiro que não tem moral, aí sai de lá e diz olha, Bolsonaro falou pra mim", disse Malafaia diante de um constrangido Tarcísio, que se ombreava com Michelle Bolsonaro (PL).
"A esposa dele está aqui, os filhos deles estão aqui. Quem tem que falar por Bolsonaro quando ele não pode falar é Michelle Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro", afirmou Malafaia, ignorando ainda Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA, e Jair Renan Bolsonaro (PL-SC), que coleciona gafes.
Em seguida, com a mão no peito de Tarcísio, Malafaia aumentou a humilhação.
"Eu sou um cara que elogia e critica, tá aqui o Tarcísio, é meu amigo. Já fiz críticas públicas, no privado, já fiz, ele sabe. Mas agora, esse cara está sendo um leão em favor da justiça, eu critico e elogio. Nenhum filho de Bolsonaro, nem ninguém da direita tem que dizer se Bolsonaro não for candidato ao estoque, isso é imaturidade política", emendou, usando o mesmo termo já dito por Bolsonaro para classificar o filho Eduardo, que tem o governador paulista como um dos principais alvos.
Malafaia ainda publicou o vídeo com a humilhação a Tarcísio em suas redes sociais.
"Capacho do bolsonarismo"
Doutora em ciência política e professora na Escola de Economia de São Paulo (FGV), Lara Mesquita afirmou em artigo na Folha de S.Paulo que diante da humilhação, Tarcísio "pode ser visto como capacho do bolsonarismo".
"Tarcísio de Freitas (Republicanos) não conseguiu o endosso do ex-presidente antes de sua prisão domiciliar e não possui registros em áudio e vídeo que possa utilizar na campanha de 2026. Mais do que isso, sabe que Bolsonaro e sua família não são conhecidos pela fidelidade aos aliados políticos. Ainda assim, o carioca que governa São Paulo acredita que precisa provar ao ex-presidente, sua família e, sobretudo, aos eleitores mais fiéis dessa turma sua lealdade. Essa aposta pode ser um erro", avalia a cientista política.
No artigo, Lara Mesquita cita pesquisas que mostram que "fora da família, Tarcísio é o nome mais conhecido nacionalmente e conta com a simpatia de empresários e de parcela significativa da imprensa, que, apesar das atrocidades cometidas cotidianamente pela Polícia Militar de São Paulo com respaldo do governador, continuam reputando-o como nome moderado".
No entanto, a pesquisadora alerta que a radicalização do governador paulista, que rasgou a fantasia de moderado na última semana para tentar assumir o protagonismo da anistia a Bolsonaro.
"O risco de se engajar excessivamente na defesa da anistia e nas críticas ao Supremo Tribunal Federal é manchar sua imagem de moderado e afastar financiadores, imprensa e eleitores independentes. Estes, ainda que não aprovem o governo Lula 3, não desejam votar em um capacho do bolsonarismo e podem repetir a escolha de 2022".
Com informações da Revista Fórum
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