Preço do café para consumidores cai em agosto pelo 2º mês, aponta IBGE
Quarta-feira, (10) de setembro de 2025
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto de 2025 registrou uma queda de 0,11%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de inflação ficou abaixo dos 0,26% observados em julho, refletindo a desaceleração nos preços de diversos itens. No acumulado do ano, o IPCA apresenta uma alta de 3,15%, e nos últimos 12 meses, o índice acumula variação de 5,13%, uma leve redução em relação aos 5,23% do período anterior.
A variação negativa observada em agosto foi influenciada principalmente por cinco dos nove grupos de produtos e serviços analisados. O maior impacto veio do grupo Habitação, que apresentou uma queda de 0,90%. O recuo nos preços da energia elétrica, que diminuiu 4,21%, foi um dos principais responsáveis. O efeito da queda nas tarifas residenciais foi parcialmente resultado do Bônus de Itaipu, creditado nas contas de luz.
Desaceleração no Grupo Alimentação e Bebidas
Outro grupo relevante que contribuiu para a queda no IPCA de agosto foi Alimentação e Bebidas, que apresentou uma redução de 0,46%. A queda nos preços dos alimentos no domicílio (-0,83%) e o declínio em produtos como tomate (-13,39%), batata-inglesa (-8,59%) e cebola (-8,69%) ajudaram a impulsionar esse resultado. Em contraste, a alimentação fora do domicílio teve uma desaceleração, com alta de 0,50% em agosto, abaixo da alta de 0,87% observada no mês anterior.
Transportes e Outros Grupos com Queda de Preços
O grupo Transportes também registrou queda de 0,27%, com destaque para a redução nos preços dos combustíveis. A gasolina teve um recuo de 0,94%, o etanol caiu 0,82%, e o gás veicular apresentou uma redução de 1,27%. Por outro lado, o óleo diesel subiu 0,16%. No setor de transporte público, a gratuidade em Belém, concedida aos domingos e feriados, também impactou na queda de preços para o grupo.
Educação e Outros Itens com Aumento de Preços
A variação de 0,75% no grupo Educação foi um dos poucos registros de alta no mês, impulsionada principalmente pelos reajustes nos cursos regulares, como o ensino superior (1,26%) e ensino fundamental (0,65%). O grupo Saúde e Cuidados Pessoais também teve uma alta de 0,54%, refletindo o aumento nos preços de itens de higiene pessoal (0,80%) e planos de saúde (0,50%).
Variações Regionais do IPCA
Variações regionais também foram observadas, com Vitória apresentando a maior alta de 0,23%, influenciada pelos reajustes nas tarifas de energia elétrica e água e esgoto. Por outro lado, Goiânia e Porto Alegre registraram as menores variações, com quedas nos preços da energia elétrica e da gasolina.
Com a queda de 0,11% no IPCA de agosto, os principais fatores de impacto foram os preços de energia elétrica, alimentos e combustíveis. Embora o índice tenha registrado uma desaceleração em relação ao mês anterior, a inflação ainda permanece abaixo dos níveis do ano passado, com o acumulado de 5,13% nos últimos 12 meses.
Preço do café cai em agosto pelo 2º mês, aponta IBGE
O preço do café para os consumidores brasileiros caiu em agosto pelo segundo mês seguido, segundo dados do índice de inflação IPCA, divulgados nesta quarta-feira, refletindo um alívio no mercado varejista naquele mês. Em agosto, a variação do preço do café para os consumidores foi de queda de 2,17%, ante uma baixa de 1,01% em julho.
"O café está na reta final da colheita no Brasil, e essa oferta maior está chegando com mais força ao consumidor", disse a jornalistas o gerente do IPCA, do IBGE, Fernando Gonçalves.
Mas o alívio para os consumidores poderá ser curto, já que empresas torrefadoras anunciaram aos clientes varejistas um novo aumento de preços, uma vez que as cotações do café verde no mercado de Nova York, referência global, dispararam no mês passado.
O café entrou na lista de produtos brasileiros sobretaxados para acessar o mercado dos EUA. A partir de agosto, o grão foi taxado em 50%, o que elevou os preços na bolsa de Nova York, devido a temores com a escassez no mercado norte-americano, assim como o valor pedido pelos produtores brasileiros.
Neste contexto, as torrefadoras de café 3corações e Melitta afirmaram aos clientes que aumentariam os preços de seus produtos no Brasil, o segundo maior consumidor mundial de café, atrás dos Estados Unidos, de acordo com documentos enviados a clientes e vistos pela Reuters.
A 3corações, uma joint venture entre a empresa brasileira São Miguel e o grupo israelense Strauss, apontou que aumentaria os preços do café torrado e moído em 10% e do café solúvel em 7% a partir de 1º de setembro.
A Melitta South America, também importante player no Brasil, anunciou que aumentaria os preços em 15% a partir de 1º de setembro. O café foi no ano passado um vilão da inflação por conta de problemas climáticos que afetaram a oferta do produto globalmente. No acumulado de 2025 até agosto, o preço do café ao consumidor ainda tem alta de cerca de 38%.
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