GOVERNADOR TARCÍSIO DE FREITA ABANDONA SÃO PAULO PARA DEFENDER BOLSONARO; VEJA VÍDEO

Quinta-feira, (04) de setembro de 2025
Em meio aos avanços das investigações sobre o elo do PCC com a Faria Lima - que inclui o ex-chefe da Casa Militar, que fazia sua segurança -, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) abandonou o governo de São Paulo para se dedicar integralmente a um novo golpe, cooptando parlamentares para aprovar a anistia a Jair Bolsonaro (PL) no Congresso e sedimentar sua candidatura ao Planalto, como o "anti-Lula" desejado pela Terceira Via.

Perambulando pelas sombras da política de Brasília desde terça-feira (2), quando teve início o julgamento da organização criminosa golpista de Bolsonaro pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o governador paulista se escondeu na noite desta quarta-feira (4) ao ser flagrado pela jornalista Giullia Chechia Mazza, do canal Meio, ao deixar mais uma reunião pelo novo golpe em Brasília. 
No escritório de um advogado na capital federal, Tarcísio se reuniu no início da noite com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Estava ainda no encontro, os presidentes do Republicanos, o deputado e bispo licenciado da Igreja Universal Marcos Pereira (Republicanos-SP), e do PP, Ciro Nogueira (PP-PI).

Juntos, Tarcísio, Pereira e Nogueira aumentaram a fervura sobre Motta, emparedando o presidente da Câmara para pautar o PL da Anistia assim que o STF determinar a prisão de Bolsonaro no presídio da Papuda. "O cerco está se fechando", teria confidenciado Motta a um interlocutor aliado sobre a pressão que vem sofrendo.

O encontro aconteceu após ministros do Supremo avaliarem, em conversas reservadas, que qualquer tentativa de anistiar Bolsonaro não passará na corte e vai abrir um novo flanco de batalha entre judiciário e legislativo - o que Motta tenta evitar.

Interlocutores do Supremo já teriam aberto o diálogo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para uma proposta alternativa para redução das penas dos poucos mais de 100 golpistas que seguem presos pelos atos de 8 de janeiro. Bolsonaro e a cúpula militar que participa da organização criminosa, no entanto, ficariam de fora do acordo e seriam encarcerados assim que condenados.

No entanto, lideranças do Centrão que declaram apoio a anistia rejeitam qualquer anistia que não beneficie diretamente o ex-presidente.

Nogueira e Antônio Rueda, presidente do PP, já se comprometeram com Tarcísio e anunciaram o desembarque do governo, mandando ministros entregarem o cargo, e a adesão da federação, que conta com 109 deputados e 15 senadores, à anistia a Bolsonaro.

No acordo, que foi negociado diretamente com o ex-presidente em encontro com Arthur Lira (PP-AL) na segunda-feira (1º), Bolsonaro abre mão de qualquer tentativa de reverter a inelegibilidade para anunciar apoio à candidatura de Tarcísio, entregando os votos da ultradireita radical ao projeto da Terceira Via - consórcio que une ainda Faria Lima e mídia liberal.

Com isso, Tarcísio neutralizaria totalmente os desejos de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que conspira contra o Brasil dos EUA sonhando em ser o herdeiro do espólio eleitoral do pai, retornando ao país como "presidenciável" do clã. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) teria sido incumbido de controlar a ira do irmão.

Do Centrão ao colo de Malafaia
Após deixar às pressas o encontro para pressionar Motta, Tarcísio voou para São Paulo onde já havia agendado um jantar com Silas Malafaia e o comandante da bancada do guru e líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante.

O encontro seria para selar a "paficicação" de Tarcísio com o guru de Bolsonaro, um inimigo declarado dentro da claque bolsonarista.

Malafaia, que inúmeras vezes denunciou a "traição" de Tarcísio a Bolsonaro, teve efeito biruta de aeroporto com a adesão do governador ao golpe da anistia.

Em 10 dias, Malafaia foi da decepção e da promessa de "queimar e arrebentar o Tarcísio" ao retorno às críticas da "imaturidade" de Eduardo Bolsonaro nas críticas ao governador, que busca os votos imprescindíveis do bolsonarismo para chegar ao segundo turno contra Lula em 2026.

Em entrevista à BBC Brasil no dia 23 de agosto, Malafaia atacou a omissão de Tarcísio nas críticas a Alexandre de Moraes e ao Supremo Tribunal Federal, falou da sua "decepção" com o aliado - que só quer os votos dos eleitores de Bolsonaro - e deixou no ar uma promessa de ataque, caso ele não embarcasse na continuidade do golpe.

"Não vou aqui queimar e arrebentar o Tarcísio e dizer que ele não vale mais nada. Por enquanto, tem me decepcionado. Mas vamos ver a história para ver até onde isso vai", disse.

Nesta terça-feira (2), em nova entrevista - agora ao site porta-voz da bancada evangélica - Malafaia baixou o tom, falou que "não está na hora de brigar, nem dividir nada" e mandou Eduardo Bolsonaro se calar sobre as críticas a Tarcísio.

"Minha opinião é que ele [Eduardo] devia ficar calado. Não está na hora de brigar, nem dividir nada. Eu faço críticas ao governador Tarcísio, mas é meu amigo", afirmou o guru, ressaltando que "esta é a hora da gente estar junto, mesmo tendo diferenças, mesmo discordando". 
Em meio às expectativas do jantar com Tarcísio no Palácio dos Bandeirantes, o guru voltou às redes e prometeu para esta quinta-feira (4) "postar um vídeo provando que Bolsonaro pode ser anistiado, segundo a Constituição e a Lei".

"Querem enganar o povo, deputados e senadores. Aguardem", anunciou o pastor falastrão, afrontando os ministros do Supremo e a maioria absoluta do mundo jurídico, que interpreta uma possível anistia como inconstitucional.


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