Presidente do Senado participou nesta quarta-feira (6) de uma reunião com líderes da Casa
Quarta-feira, (06) de agosto de 2025
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mandou um duro recado aos senadores que estão impedindo os trabalhos legislativos após a volta do recesso parlamentar.
Segundo informações do blog do jornalista Octavio Guedes, Alcolumbre foi assertivo. "Não vou aceitar chantagens. Não vou aceitar ser ameaçado e o Senado voltará a funcionar. Não abrirei mão de minhas prerrogativas", disse ele, conforme relato de um dos participantes do encontro com líderes partidários na Residência Oficial do Senado.
Os senadores oposicionistas se recusaram a participar da reunião e pediram um encontro separado com Alcolumbre. Pelo segundo dia consecutivo, eles estão acampados em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pela votação de uma pacote com três pautas (leia abaixo) no Legislativo, impedindo a realização de sessões. Tem sido feito um revezamento para ocupar as cadeiras das mesas em que são conduzidas as sessões.
Por conta da ocupação do Senado e da Câmara dos Deputados, Alcolumbre e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), cancelaram as sessões marcadas para a terça-feira (5).
'O Parlamento tem obrigações com o país'
Também nesta terça, quando foi iniciado o movimento bolsonarista na Câmara e no Senado, Alcolumbre já havia feito um apelo para que os trabalhos fossem retomados “com respeito, civilidade e diálogo” no Congresso Nacional.
“O Parlamento tem obrigações com o país na apreciação de matérias essenciais ao povo brasileiro. A ocupação das Mesas das Casas, que inviabilize o seu funcionamento, constitui exercício arbitrário das próprias razões, algo inusitado e alheio aos princípios democráticos. Faço, portanto, um chamado à serenidade e ao espírito de cooperação. Precisamos retomar os trabalhos com respeito, civilidade e diálogo, para que o Congresso siga cumprindo sua missão em favor do Brasil e da nossa população”, disse ele, em nota.
O que querem os bolsonaristas
Os deputados bolsonaristas cobram que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) coloque para votação o projeto de lei da anistia, que, além dos réus e condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, alcançaria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo entendimento do grupo.
Também querem a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que põe fim à prerrogativa de foro por função, o chamado foro privilegiado. O objetivo da proposta é tirar do Supremo Tribunal Federal (STF) a competência de julgar Bolsonaro e outros réus da ação penal da trama golpista.
Já no Senado, a oposição quer pautar o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes, relator das ações contra Bolsonaro na Corte. A lei permite que ministros sejam julgados somente no caso de eventuais crimes de responsabilidade.
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