A G8LOG Agro Ltda e a Moska Log foram identificadas como empresas de fachada ligadas ao esquema criminoso de Mohamad Hussein Mourad e Roberto Augusto Leme da Silva, considerados chefes do esquema.
Sexta-feira, (29) de agosto de 2025
Carretas carregadas de combustível das empresas G8LOg e Moskal pertencentes aos principais alvos da megaoperação desta quinta-feira (28) contra o crime organizado estão paradas nesta sexta-feira (29) em um posto em Camaçari, na Bahia.
Inicialmente, a informação era a de que os veículos haviam sido abandonados. A equipe de reportagem da TV Bahia foi até o posto de combustíveis e averiguou que há carretas das empresas G8LOG Agro Ltda e Moska Log, mas todas com motoristas. Não havia policiamento no local.
Depois, a Polícia Federal foi ao posto. Os agentes pegaram dados dos veículos e das empresas remetentes e destinatárias dos produtos para averiguação.
Segundo apuração da TV Bahia, os bens da G8LOG foram sequestrados judicialmente, mas os caminhões não estão impedidos de rodar. A empresa, que tem mais de mil caminhçoes, só não pode se desfazer deles.
A G8LOG Agro Ltda e a Moska Log foram identificadas como empresas de fachada ligadas ao esquema criminoso de Mohamad Hussein Mourad, o "Primo" e Roberto Augusto Leme da Silva, o "Beto Louco".
Eles estão foragidos
Criada em fevereiro de 2024, a G8LOG Agro atua no transporte de cana-de-açúcar e etanol para usinas do Grupo Itajobi, mas funciona como parte de uma rede usada para ocultar patrimônio e mascarar a real propriedade dos ativos. Seus veículos estão registrados em nome da Blue Star Locação de Equipamentos, também considerada empresa de fachada.
A Moska Log opera de forma integrada à G8LOG, usando a mesma logomarca e número de telefone, além de compartilhar frota registrada na Blue Star. Ambas transportam etanol e cana para as usinas ligadas ao grupo, reforçando a estratégia de criar múltiplas camadas societárias para lavagem de dinheiro e blindagem patrimonial.
Imóveis e veículos da G8LOG Agro são alvo de buscas e apreensões, e a Moska Log é apontada como uma frente societária de expansão das atividades criminosas de Mohamad no setor de combustíveis.
Segundo a investigação, o esquema bilionário de integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis, era comandado por Mourad e Beto Louco.
A organização criminosa atuava em toda a cadeia produtiva de combustíveis e de açúcar e álcool, incluindo usinas, distribuidoras, transportadoras, fabricação e refino, armazenagem, redes de postos de combustíveis e conveniências.
Mohamad é apontado como o "epicentro das operações" e chefe da organização que utilizava empresas em todo o setor de combustíveis — desde usinas até postos — para realizar fraudes fiscais massivas, ocultar patrimônio e lavar bilhões de reais. A extensa rede criminosa era formada por familiares, sócios, administradores e profissionais cooptados por ele.
No LinkedIn, Mohamad se apresentava como CEO da empresa G8LOG, especializada em transporte rodoviário de cargas perigosas como combustível, e consultor do grupo Copape — responsável pela formulação de gasolina a partir de derivados de petróleo.
Empresas de fachada
De acordo com as investigações, as duas transportadoras são controladas indiretamente por Mohamad Hussein Mourad, conhecido como “Primo”, e Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”. Apontados como líderes do esquema criminoso, ambos seguem foragidos.
Criada em fevereiro de 2024, a G8LOG Agro aparece formalmente como responsável pelo transporte de cana-de-açúcar e etanol para usinas do Grupo Itajobi, mas é considerada pela Polícia Federal uma empresa de fachada destinada a ocultar patrimônio e disfarçar a real propriedade dos ativos. Os veículos da companhia estão registrados em nome da Blue Star Locação de Equipamentos, também investigada como parte da engrenagem criminosa.
A Moska Log opera de forma integrada à G8LOG, utilizando a mesma logomarca, telefone e frota. Para os investigadores, trata-se de uma ramificação destinada a expandir as operações ilícitas de Mohamad no setor de combustíveis.
Rede bilionária
As duas empresas fazem parte de uma rede usada para lavar dinheiro e blindar bens do grupo criminoso, que movimentava bilhões de reais em toda a cadeia de combustíveis, açúcar e álcool. O esquema incluía usinas, distribuidoras, transportadoras, armazenagem, refinarias, postos e até lojas de conveniência.
Mohamad, apontado como “epicentro das operações”, estruturou o sistema envolvendo familiares, sócios e profissionais cooptados. No LinkedIn, ele se apresentava como CEO da G8LOG, especializada em transporte de cargas perigosas, e como consultor da Copape, empresa do ramo de derivados de petróleo. Até a última atualização, a Polícia Federal e o Ministério Público não informaram se a carga apreendida em Camaçari será incorporada ao processo ou leiloada.
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