COMPRA E VENDA DE DÓLARES NO DIA DO ANÚNCIO DO TARIFAÇO DE TRUMP AO BRASIL DÁ SINAIS SOBRE USO DE INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS

Como Eduardo Bolsonaro pode estar por trás de manipulação bilionária do dólar horas antes do tarifaço de Trump. AGU vê possível conexão entre a operação suspeita no câmbio com informação privilegiada e a articulação internacional liderada pelo deputado para coagir o STF e desestabilizar o país
Domingo, (20) de julho de 2025
A ofensiva internacional liderada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contra o Supremo Tribunal Federal (STF) pode estar por trás de um possível crime financeiro. Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), há indícios de que a articulação golpista promovida pelo deputado licenciado nos Estados Unidos junto ao governo de Donald Trump possa estar relacionada a uma operação bilionária no mercado cambial brasileiro às vésperas do anúncio de tarifas contra o Brasil.

Em petição apresentada no sábado (19) ao Supremo, a AGU pede que seja investigada uma possível utilização de informação privilegiada (insider trading) para lucrar com a alta do dólar registrada pouco antes do anúncio tarifaço de Trump. O pedido foi anexado ao inquérito que já apura a atuação de Eduardo Bolsonaro em articulações para pressionar e coagir autoridades brasileiras, especialmente ministros do STF.

Operação bilionária
A suspeita veio à tona a partir de denúncia feita por Spencer Hakimian, da gestora norte-americana Tulu Capital, que identificou transações entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões em dólares realizadas cerca de duas horas antes do anúncio das tarifas. Os dados, obtidos por meio do Terminal Bloomberg, indicam que os dólares foram adquiridos por volta das 13h32 (horário da Costa Leste dos EUA) e revendidos com lucro após a coletiva de Trump às 16h19, quando o real despencou.

Com alavancagem – recurso comum nesse tipo de operação –, os ganhos estimados podem ter alcançado entre 25% e 50% em apenas três horas. A AGU considera que a sequência de eventos, somada aos dados já presentes no inquérito, pode indicar uma ação coordenada não apenas para sabotar a estabilidade institucional do Brasil, mas também para obter vantagem financeira direta.

Para a AGU, os elementos revelados pela imprensa “se inserem em contexto no qual os fatos já em apuração estão além dos ilícitos penais já indicados, relacionados à obstrução da Justiça, mas também com possíveis ganhos financeiros ilícitos”. Segundo a petição, há uma ligação entre a tentativa de desestabilizar a economia brasileira para pressionar o STF e a realização de movimentações financeiras que geram lucro com este tipo de crise.

"A AGU enfatiza que o inquérito, instaurado a pedido da Procuradoria-Geral da República para apurar a conduta delitiva do Deputado Federal licenciado, Eduardo Nantes Bolsonaro, decorre do uso de instrumentos comerciais internacionais como mecanismo de coação premeditada contra a Justiça brasileira", diz o órgão.

O documento lembra que o próprio STF já havia registrado, no inquérito, que as tarifas impostas por Trump poderiam ter como objetivo “a criação de uma grave crise econômica no Brasil, para gerar uma pressão política e social no Poder Judiciário e impactar as relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos da América”.

Além de acionar o Supremo, a AGU também mobilizou a Procuradoria-Geral Federal – que representa a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – para investigar os responsáveis pelas operações. O objetivo é apurar se houve violação das regras de mercado com uso indevido de informação sigilosa, o que pode gerar responsabilizações criminais, civis e administrativas. O caso ainda foi encaminhado à PGR, responsável por conduzir o inquérito contra Eduardo Bolsonaro.

Confira a reportagem do Jornal Nacional


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