A fuga dos detentos aconteceu em dezembro do ano passado, na cidade de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, e foi filmada pelas câmeras de segurança da unidade. Na ocasião, oito homens fortemente armados invadiram o conjunto penal e atiraram contra os agentes de segurança. O advogado foi identificado como Heraldo Silva de Souza.

Segundo as investigações, ele exercia um papel fundamental na estrutura da organização criminosa:

A polícia não detalhou como o advogado participou da fuga dos detentos, nem do atentado contra o diretor da unidade.

Advogado foi apontado como integrante de organização criminosa — Foto: Redes sociais

O mandado de prisão foi cumprido durante a Operação dupla Face, deflagrada de forma integrada entre a Polícia Civil e o Ministério Público da Bahia (MPBA). Na mesma operação, também foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, nos quais foram apreendidos duas armas e munições.

De acordo com as investigações, os fugitivos estavam no pavilhão B do Conjunto Penal. Eles usaram uma "teresa" — tipo de corda artesanal formada por lençóis — para fugir pela lateral do alambrado.

O coronel Luís Alberto Paraíso explicou que foram "duas ações simultâneas". De acordo com o PM, comandante de Policiamento da Região Sul, os internos perfuraram o teto de uma cela para fugir.

"O grupo criminoso veio de fora do presídio, cortou a grade e começou a atirar nas guaritas. Essa troca de tiro sustentou a fuga dos elementos que desceram por cordas e fugiram pelo matagal", explicou.

Essas informações não foram confirmadas pela Seap. Em nota, a pasta disse que "um grupo de homens fortemente armados invadiu o Conjunto Penal de Eunápolis e, após intensa troca de tiros com a segurança da unidade, abriram duas celas e 16 internos conseguiram fugir".

Após a fuga dos 16 detentos, a diretora, o diretor adjunto e o coordenador de segurança do Conjunto Penal de Eunápolis foram afastados dos cargos.

Lista de detentos que fugiram de penitenciária da Bahia. — Foto: Reprodução/Seap

Dias depois, a ex-diretora Joneuma Silva Neres foi presa por suspeita de facilitar a fuga. As investigações apontaram que ela tinha ligação com uma organização criminosa da cidade.

Durante a abordagem, a polícia apreendeu com a suspeita celulares, chips telefônicos, um caderno de anotações e R$ 8 mil em espécie. Todo o material foi apresentado na delegacia.

Em maio deste ano, um motorista que trabalha no Conjunto Penal de Eunápolis foi baleado enquanto dirigia nas proximidades da unidade prisional. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), a suspeita é que o atentado tinha como alvo o diretor Jorge Magno Alves, que não foi atingido.

Na ocasião, cinco homens encapuzados e com roupas camufladas usaram um armamento de grosso calibre, incluindo fuzis 7,62 mm e 5,56 mm, no veículo que geralmente era utilizado pelo gestor do presídio.

No entanto, o carro estava ocupado apenas pelo motorista da unidade prisional. A vítima, mesmo ferida, conseguiu dirigir por alguns metros até ser socorrida por policiais militares. Ele foi encaminhado ao hospital e passou por cirurgia.