Inquérito indica que os investigados atuavam para favorecer ilegalmente pessoas investigadas pela polícia, mediante o pagamento de propina. Ação desta quarta (25) é desdobramento da operação que prendeu agentes ligados ao empresário Vinicius Gritzbach.
Quarta-feira, (25) de junho de 2025
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PF apreende helicóptero, armas e dinheiro em operação contra corrupção na Polícia de SP |
As suspeitas são de que eles atuavam para favorecer ilegalmente pessoas investigadas em inquéritos criminais, mediante o pagamento de propina. Na casa dos policiais detidos e do empresário, a PF encontrou dinheiro, armas e até um helicóptero que foi apreendido por decisão judicial.
Segundo os agentes federais, além dos três mandados de prisão preventiva, a chamada "Operação Augusta" cumpre nove mandados de busca e apreensão (cinco na capital, três na região metropolitana de São Paulo e um em Praia Grande).
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Dinheiro apreendido pela PF durante a 'Operação Augusta', contra o vazamento de operações sigilosas dentro da Polícia Civil de São Paulo. — Foto: Reprodução |
A operação é um desdobramento da Operação Tacitus, que no ano passado deteve cinco policiais, um advogado e um empresário que tinham sido delatados por Vinicius Gritzbach, delator do PCC executado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Naquela ocasião, um dos presos foi o policial civil Marcelo Marques de Souza, o "Bombom", que também é alvo dessa nova operação. O esquema desbaratado pela PF foi descoberto após análise do celular de Bombom, apreendido ano passado.
Entre os crimes apurados estão o arquivamento irregular de procedimentos policiais, o repasse clandestino de informações protegidas por sigilo e a intermediação ilícita e apresentação de documentos falsos para a restituição de bens apreendidos.
Os agentes públicos estão sendo acusados dos seguintes crimes: corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, quebra de sigilo bancário e advocacia administrativa. As investigações seguem em andamento sob sigilo.
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Armas apreendidas pela Polícia Federal nesta quarta (25), durante a Operação Augusta. — Foto: Reprodução |
Um dos episódios investigados envolve a tentativa de restituição de um helicóptero – fato que deu origem ao nome da operação. A aeronave, avaliada em alto valor, foi bloqueada pela Justiça junto a outros bens e recursos que podem somar R$ 12 milhões.
Operação Augusta: veja os crimes apurados pela PF
- Corrupção passiva majorada: prevista no artigo 317, §1º, do Código Penal, com pena de até 12 anos de reclusão;
- Corrupção ativa majorada: prevista no artigo 333, parágrafo único, do Código Penal, com pena de até 12 anos de reclusão;
- Violação de sigilo funcional com dano à administração pública, tipificada no artigo 325 do Código Penal, com pena de até 6 anos de reclusão;
- Quebra de sigilo de informações protegidas por norma legal, nos termos do artigo 10 da Lei Complementar n.º 105/2001, com pena de até 4 anos de reclusão;
- Advocacia administrativa, crime previsto no artigo 321 do Código Penal, com pena de até 3 meses de detenção.
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