Produtores e especialistas apontam o potencial econômico do produto cultivado na Bahia, que vai muito além de uma simples commodity. Segundo o Cecafé, em 2026, o país pode superar o Vietnã e se tornar o maior exportador de café canéfora do mundo, dependendo do clima
Sábado, (24) de abril de 2025
Queridinho do brasileiro e cada vez mais presente ao redor do planeta, o café tem seu dia celebrado mundialmente em 14 de abril. Na Bahia, o grão encontrou terreno fértil e condições favoráveis para florescer e agradar aos mais diversos paladares. Neste cenário, o estado se destaca-se como líder na produção de café no Nordeste e quarto maior produtor do Brasil, com uma previsão de safra de 265.920 toneladas em 2025. Reconhecida pela qualidade e variedade de seus grãos, a Bahia é um dos principais produtores do Brasil.
A produção baiana é marcada por dois tipos principais de grãos: o Arábica e o Conillon. O estado é o quarto maior produtor do tipo Arábica e o terceiro maior da variedade Conillon do país. Com três pólos de cultivo – o cerrado, o planalto e o atlântico – a Bahia oferece grãos finos e aromáticos, ideais para os gourmets, além de blends robustos que compõem diversas marcas.
Entre as cidades que mais produzem o grão, estão Itamaraju, Prado, Barra da Estiva, Porto Seguro, Barra do Choça, Itabela, Eunápolis, Vitória da Conquista e Ibicoara. Em 2025, a Bahia possui uma área de cerca de 133 mil hectares dedicados ao cultivo, com uma previsão de safra de 265.920 toneladas, equivalente a 4,4 milhões de sacas. Este volume coloca o estado como responsável por 8,2% da produção nacional, segundo dados do IBGE.
O secretário da Agricultura da Bahia, Pablo Barrozo, destaca que a produção baiana é um exemplo de dedicação e excelência. “Nossos produtores têm investido em qualidade e inovação, colocando a Bahia em posição de destaque no cenário nacional e internacional. Celebramos hoje não apenas o grão, mas o trabalho árduo e a paixão de todos que contribuem para essa conquista”, afirma o titular da Seagri.
A qualidade dos grãos baianos é reconhecida nacional e internacionalmente, com diversas premiações em concursos. Além disso, a Bahia se destaca pela produção de mais de 40 variedades da agricultura familiar, certificados com o selo de qualidade. Estes grãos, disponíveis em diversas formas e tipos de torra, atendem a todos os gostos e paladares.
Os números são relevantes para a economia
- De acordo com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), o estado possui uma área de 133 mil hectares dedicados à cafeicultura, com previsão de safra de 265.920 toneladas para este ano — quantidade equivalente a 4,4 milhões de sacas.
- Este volume coloca o estado como responsável por 8,2% da produção nacional, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
- Só em 2024, a Bahia exportou cerca de 81,6 mil toneladas, o que rendeu uma injeção de US$ 294.893.933 na economia baiana. Entre janeiro e abril deste ano, foram exportadas 33,3 mil toneladas de café, que resultou em um retorno financeiro de US$ 199.724.098.
A produção baiana é marcada por dois tipos principais de grãos: o arábica e o conilon. Com três polos de cultivo – o cerrado, o planalto e o atlântico – a Bahia oferece grãos finos e aromáticos, ideais para os produtos gourmets, além de blends, como são chamadas as misturas de sabores, robustos que compõem diversas marcas.
Grão arábica
As diferentes regiões produtoras de café no estado conferem características distintas e de alta qualidade aos seus cafés. A Chapada Diamantina, por exemplo, tem altitude elevada – geralmente acima de mil metros, clima ameno com estações seca e chuvosa bem definidas, solos vulcânicos e ricos em matéria orgânica.
Essas condições favorecem o cultivo de café arábica de alta qualidade, com notas sensoriais complexas, que podem variar de frutadas e florais até as caramelizadas e achocolatadas, acidez equilibrada e aroma intenso e refinado.
Além disso, a região da Chapada possui a Indicação Geográfica (IG) na modalidade Denominação de Origem (DO). Isso atesta a ligação intrínseca entre as características do terroir (extensão de terra cultivada, em francês) e a qualidade superior de seus cafés.
Grão conilon
Já nas regiões sudoeste, sul e extremo sul, a produção mais comum é a do café conilon, também conhecido como robusta, e importante para a produção de blends e expresso. No entanto, elas apresentam condições climáticas distintas:
- enquanto no sudoeste, o clima predominante é o tropical, que varia de subúmido a seco e semiárido;
- no sul e extremo sul, o clima é mais quente e úmido, com altitudes mais baixas.
O Brasil, já consolidado como o maior produtor e exportador de café arábica do mundo, caminha para assumir também a liderança do mercado global de café canéfora. De acordo com Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), se as condições climáticas forem favoráveis, o país tem potencial para superar o Vietnã e se tornar, já na safra de 2026, o maior exportador mundial desse tipo de grão.
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