EM VOTAÇÃO QUASE UNÂNIME, DAVI ALCOLUMBRE SE ELEGE PRESIDENTE DO SENADO, COM 73 DOS 81 VOTOS

É a segunda vez que senador do União ocupará cadeira, na qual exerceu mandato entre 2019 e 2021
Sábado, (01) de fevereiro de 2025 
Senador Davi Alcolumbre (União-AP) — Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Em uma eleição sem surpresas, o plenário do Senado elegeu, neste sábado (1º), o senador Davi Alcolumbre (União-AP) para
suceder Rodrigo Pacheco na presidência da instituição no biênio 2025-2027. Ele obteve 73 dos 81 votos do plenário, ultrapassando com larga vantagem o número mínimo de apoios necessários para vitória em primeiro turno, que é de 41. O resultado representa um retorno do parlamentar ao posto, ocupado por ele entre fevereiro de 2019 e fevereiro de 2021.

Alcolumbre concorreu com os bolsonaristas Marcos Pontes (PL-SP), que se lançou individualmente na corrida sem a adesão oficial do próprio partido, e Eduardo Girão (Novo-CE), ambos com quatro votos cada. Os senadores Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) desistiram das suas candidaturas momentos antes do pleito.

Considerado uma das figuras de maior musculatura política em Brasília (DF), Alcolumbre também comandará o Congresso Nacional, instância de poder que reúne os integrantes do Senado e da Câmara em sessões conjuntas. O amapaense se elegeu a partir do apoio formal de dez partidos, do governo Lula e também do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados. A lista de siglas que embarcaram na candidatura inclui União Brasil, PT, MDB, PL, PP, PSD, PDT, PSB, PSDB e Republicanos.

Um dos destaques da votação foi a participação dos ministros petistas Camilo Santana (Educação) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e do pessedista Carlos Fávaro (Agricultura), que se licenciaram do cargo para votarem no Senado, onde têm mandato parlamentar.

Também foram eleitos, desta vez por aclamação, os ocupantes dos demais postos da mesa diretora do Senado. Os escolhidos foram Eduardo Gomes (PL-TO), que será 1º vice-presidente; Humberto Costa (PT-PE), 2º vice-presidente; Daniella Ribeiro (PSD-PB), 1ª secretária; Confúcio Moura (MDB-RO) como 2ª secretário; Ana Paula Lobato (PDT-MA) como 3a secretária; Laércio Oliveira (PP-SE), 4o secretário; e os suplentes das secretarias Chico Rodrigues (PSB-RR), Mecias de Jesus (Republicanos-RR), Styvenson Valentim (PSDB-RN) e Soraya Thronicke (Podemos-MS).

Alcolumbre
Em discurso feito instantes antes da votação, Alcolumbre exaltou o que considera destaques da sua gestão anterior, entre fevereiro de 2019 e fevereiro de 2021. Ele mencionou o auxílio emergencial liberado a pessoas vulneráveis durante a pandemia, o marco legal do saneamento e a reforma da Previdência, sendo estas duas últimas pautas de caráter impopular e neoliberal. Também criticou “os ecos da intolerância e da radicalização” na política. “Não haverá futuro se não houver diálogo, se não houver respeito, se não houver democracia, e democracia forte. E não haverá democracia forte sem um Congresso firme, sem um Senado soberano, autônomo e independente”, continuou, em meio à queda de braço enfrentada hoje pelo Legislativo com o Judiciário e o Executivo por conta das emendas parlamentares.

O amapaense disse ainda que seu primeiro compromisso será com “as prerrogativas parlamentares de senadoras e senadores”. “É essencial respeitarmos decisão judicial, é essencial respeitarmos o papel do Judiciário no sistema democrático, mas é igualmente indispensável respeitar as prerrogativas do Poder Legislativo e garantir que parlamento possa exercer o seu poder constitucional de legislar”, emendou.

A declaração vem após o Congresso Nacional viver incômodos relacionados ao fato de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter autorizado a prisão de parlamentares federais nos últimos anos. Tema dos mais espinhosos na relação entre os Poderes, o assunto é visto como ponto sensível do jogo político, especialmente por parte de deputados e senadores do campo da direita.

Alcolumbre disse ainda se comprometer com os acordos políticos firmados “até que um novo acordo ou uma nova maioria pense diferente”. O amapaense ressaltou também que pretende fortalecer a posição do Senado perante a Câmara dos Deputados. “Assumo o compromisso de atuar para reverter o entendimento da mesa da Câmara anterior de apensar nossos projetos já aprovados no Senado a projetos ainda em fase inicial na Casa vizinha a fim de que a iniciativa de lá se converta em originária, enquanto a dos senadores é esquecida”, cutucou.

O político afirmou que pretende atuar no sentido de fortalecer as comissões mistas, colegiados que congregam deputados e senadores com o objetivo de analisar as medidas provisórias (MPs) e outras pautas que envolvem atribuições conjuntas. Essa instância de decisão perdeu força política nos últimos anos, com o envio de diferentes pautas diretamente ao plenário. “O processo legislativo das MPs precisa ser retomado: as comissões mistas são obrigatórias por mandamento constitucional. Suprimi-las ou negligenciá-las não é apenas errado do ponto de vista do processo: é uma redução do papel do Senado Federal”, criticou Alcolumbre.

O senador também disse que pretende manter “um compromisso 'inafastável' com a democracia”. “Vamos resistir aos atalhos populistas: nenhuma das diferentes correntes políticas é puro anjo ou demônio. Evitemos os rótulos e discursos fáceis, as distorções dos debates nas redes sociais e as simplificações mal-intencionadas.”

O discurso de Alcolumbre ressoa no momento em que o Senado segue como palco de muitas dissidências entre parlamentares de linha mais radical à direita e outros segmentos da Casa. É nesse contexto que uma das pautas que podem ganhar alguma evidência no jogo político é a da anistia para os golpistas do 8 de janeiro, defendida pela ala bolsonarista. O segmento tem sinalizado que pretende tentar emplacar a proposta no Senado. Em declaração dada à imprensa no último dia 24, Jair Bolsonaro, por exemplo, disse acreditar que o assunto possa entrar em pauta na Casa durante alguma ausência temporária de Alcolumbre.

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