DELGATTI DIZ À PF QUE BOLSONARO PERGUNTOU SE ELE CONSEGUIRIA INVADIR AS URNAS ELETRÔNICAS

Por determinação de Moraes, PF apreende passaporte, armas, dinheiro e objetos de valor de Zambelli
Quarta-feira, 02 de agosto de 2023
Hacker Walter Delgatti foi alvo de um mandado de prisão preventiva nesta quarta-feira. (Foto:Reprodução)
Conhecido como 'hacker da Vaza Jato', Walter Delgatti Neto, preso nesta quarta-feira (2) em operação que também teve como alvo a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli, relatou à Polícia Federal que durante uma reunião em 2022 com Jair Bolsonaro (PL), que ainda ocupava a Presidência da República, o então mandatário lhe perguntou se ele conseguiria invadir as urnas eletrônicas se tivesse acesso ao código-fonte dos dispositivos, informa Camila Bomfim, do g1. Delgatti disse aos investigadores que "isso não foi levado adiante".

"QUE apenas pode afirmar que a Deputada Carla Zambelli esteve envolvida nos atos do declarante, sendo que o declarante, conforme saiu em reportagem, encontrou o ex- Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Alvorada, tendo o mesmo lhe perguntado se o declarante, munido do código fonte, conseguiria invadir a Urna Eletrônica, mas isso não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do Tribunal, e o declarante não poderia ir até lá, sendo que tudo que foi colocado no Relatório das Forças Armadas foi com base em explicações do declarante", diz trecho do relatório da PF. >>> Por determinação de Moraes, PF apreende passaporte, armas, dinheiro e objetos de valor de Zambelli

A reunião entre Bolsonaro e o hacker foi intermediada pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Delgatti Neto relatou que somente poderia obter o código-fonte das urnas na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que "não tinha como ir até lá".

Para garantir a integridade dos equipamentos, o TSE permite o acesso antecipado aos sistemas eleitorais para fins de auditoria, com 12 meses de antecedência em relação à data do primeiro turno. No entanto, de acordo com o TSE, esse acesso ocorre em um ambiente específico e sob a supervisão do tribunal. >>> PL já prevê a cassação do mandato de Zambelli, alvo de operação da PF

A operação desta quarta teve como foco Carla Zambelli. Os investigadores estão averiguando se Delgatti Neto invadiu o site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inseriu documentos falsificados no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões. Isso incluiu um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A operação, que teve a autorização de Moraes, resultou na prisão preventiva de Walter Delgatti Neto e na realização de cinco mandados de busca e apreensão, direcionados a ele e a Carla Zambelli (três em Brasília e dois em São Paulo). Durante as buscas, foram apreendidos itens como armas, munições, computadores, tablets, celulares, passaportes, dinheiro e bens de valor.

Em comunicado, a defesa de Walter Delgatti Neto confirmou a prisão do hacker, mencionou que não teve acesso à decisão judicial e informou que ele está detido na sede da Polícia Federal em Araraquara (SP). A defesa de Carla Zambelli emitiu uma declaração confirmando as buscas e negando qualquer irregularidade por parte da deputada. Na nota, a deputada expressa sua disposição em cooperar com as autoridades e aguardar o desfecho das investigações para provar sua inocência.

PF apreende passaporte, armas, dinheiro e objetos de valor de Zambelli
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal, durante operação que ocorreu na manhã desta quarta-feira (2), apreendesse diversos itens da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), incluindo documentos que pudessem contribuir para as investigações. A deputada está no centro de uma apuração sobre a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP).

A ação desta quarta-feira teve como objetivo aprofundar a investigação sobre a possível participação de Zambelli no esquema de documentos falsificados. Entre as determinações proferidas por Moraes, destaca-se a apreensão de armas, munições, aparelhos eletrônicos, passaporte, dinheiro e objetos de valor, desde que superem o montante de R$ 10 mil. A origem legítima desses bens deve ser cabalmente comprovada, caso contrário, a apreensão é autorizada, explica o g1. >>> PL já prevê a cassação do mandato de Zambelli, alvo de operação da PF

A investigação indica que os mandados falsos de prisão e soltura foram introduzidos de maneira ilegal nos sistemas do Judiciário, após uma invasão que utilizou credenciais obtidas de forma ilícita. O grupo por trás dessas ações conseguiu acesso remoto aos bancos de dados, mas tal acesso foi bloqueado após a descoberta, e medidas foram adotadas para prevenir futuras invasões.

A PF afirma que os atos sob investigação podem configurar crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. A defesa de Walter Delgatti Neto, hacker da Vaza Jato, que também está envolvido no caso, confirmou sua prisão e afirmou que não teve acesso à decisão judicial. Enquanto isso, a defesa de Carla Zambelli emitiu uma declaração, admitindo as buscas realizadas em seus endereços e rejeitando quaisquer irregularidades por parte da deputada. Zambelli ressaltou sua disposição em cooperar com as autoridades e expressou confiança na conclusão das investigações para provar sua inocência.

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