Domingo, 30 de janeiro de 2022
A realização do Teste do Olhinho é o primeiro exame da vida do bebê que pode ajudar na detecção precoce de doenças como um câncer raro que foi diagnosticado na filha do apresentador Tiago Leifert. O teste deve ser feito ainda na maternidade, até 72 horas de vida, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), que publicaram uma nota de esclarecimento sobre a doença neste domingo.
Leifert e a jornalista Daiana Garbin, sua esposa, revelaram no sábado, em vídeo publicado no Instagram, que a filha deles, Lua, de apenas um ano e três meses, está com retinoblastoma nos olhos. O retinoblastoma “é um tipo raro de tumor intraocular maligno que, nesta modalidade, é o mais comum entre as crianças”, segundo a nota conjunta da CBO e da SBOP.
“Lamentamos o ocorrido e nos colocamos de forma solidária ao lado desta família para ajudar no que for preciso. No entanto, nossas entidades entendem que a discussão sobre o assunto, que cresceu nas últimas horas, deve ser pautada por conhecimento fidedigno, com validade científica e relevante. Em momentos assim, lacunas de informação podem abrir espaço para distorções que impedem acesso à compreensão sobre como o retinoblastoma se manifesta, pode ser diagnosticado e deve ser tratado”, ressaltou o presidente do CBO, Cristiano Caixeta Umbelino.
Segundo Umbelino, em casos de doenças oculares confirmadas, os pais e responsáveis devem confiar nos cuidados oferecidos apenas por médicos, em especial de oftalmologistas.
“Supostos tratamentos, como “self-healing" ou prática de exercícios oculares não têm comprovação científica. Portanto, eles não servem para curar o retinoblastoma ou qualquer outra doença que afeta o aparelho da visão (glaucoma, catarata, doenças retinianas etc.). Ao invés de conduzir à cura ou à melhora dos quadros clínicos, como sempre prometem, essas abordagens podem retardar o início de tratamentos corretos, aumentando as chances de comprometimento parcial ou total da visão e, em casos de tumores, até mesmo da vida do paciente”, afirmou o presidente do CBO.
Segundo a nota distribuída pelos oftalmologistas, o Teste do Olhinho deve ser repetido pelo pediatra ao menos três vezes ao ano nos três primeiros anos de vida da criança. Eles também recomendam que bebês de seis a 12 meses passem por um exame oftalmológico completo, para ampliar a proteção da saúde ocular das crianças. É importante que uma segunda avaliação semelhante seja feita entre três e cinco anos, completam.
Confira os pontos enfocados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP):
1 - O diagnóstico precoce desta forma de tumor, cuja origem está associada a fatores genéticos, é o melhor caminho para garantir seu tratamento adequado;
2 - Neste sentido, o início dos cuidados começa ainda na maternidade, onde todo recém-nascido deve ser submetido ao "teste do olhinho" (teste do reflexo vermelho) até 72 horas de vida, sendo este o primeiro passo para a detecção de doenças oculares;
3 - Após essa abordagem inicial, o "teste do olhinho" dever ser repetido pelo pediatra ao menos três vezes ao ano, nos três primeiros anos de vida da criança;
4 - Na identificação de qualquer anormalidade, o paciente deve ser encaminhado para consulta com oftalmologista que aprofundará a investigação;
5 - Para ampliar a proteção da saúde ocular das crianças, recomenda-se ainda que bebês de seis a 12 meses passem por um exame oftalmológico completo;
6 - Posteriormente, entre três (idealmente) e cinco anos, esse mesmo bebê deve ser submetido a uma segunda avaliação oftalmológica;
7 - Estes exames oftalmológicos completos são fundamentais para detecção precoce de problemas oculares que afetam a saúde ocular da população pediátrica;
8 - Em caso de confirmação de diagnóstico de retinoblastoma, a criança iniciará tratamento que depende de vários fatores (localização e o tamanho do tumor, disseminação além do olho e possibilidade de preservação da visão);
9 - Na condução de casos de retinoblastoma podem ser adotados diferentes procedimentos, como quimioterapia (intravenosa, intra-arterial, periocular e intraocular), terapia focal e métodos cirúrgicos;
Especialistas alertam que prática de exercícios oculares não têm comprovação científica
As associações ainda alertaram que, para casos de doenças oculares confirmadas, os pais e responsáveis devem confiar apenas nos cuidados oferecidos por médicos, em especial por oftalmologistas. "Supostos tratamentos, como 'self-healing' ou prática de exercícios oculares não têm comprovação científica. Portanto, eles não servem para curar o retinoblastoma ou qualquer outra doença que afeta o aparelho da visão (glaucoma, catarata, doenças retinianas etc.)", diz a nota.
Segundo os médicos, "ao invés de conduzir à cura ou à melhora dos quadros clínicos, como sempre prometem, essas abordagens podem retardar o início de tratamentos corretos, aumentando as chances de comprometimento parcial ou total da visão e, em casos de tumores, até mesmo da vida do paciente".
Nenhum comentário:
Postar um comentário