Primeira fase da 'Primus' desarticulou grupo envolvido em lavagem de dinheiro, adulteração e venda irregular de combustíveis, na Bahia e ramificações em São Paulo e do Rio de Janeiro.
Quarta-feira, (17) de dezembro de 2025
A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (17), nas cidades de Feira de Santana e Conceição do Jacuípe, durante a segunda fase da "Operação Primus", que investiga um grupo suspeito de envolvimento em crimes contra a ordem tributária, com indícios de sonegação fiscal estruturada e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis.
Segundo a polícia, nesta etapa, foram executadas ordens judiciais em seis endereços, sendo cinco em Feira de Santana e um em Conceição do Jacuípe, todos vinculados a pessoas físicas e jurídicas ligadas à investigação. Com a ação, a Justiça também determinou novos bloqueios e a indisponibilidade de bens.
As investigações apontam que o grupo usava empresas e terceiros para ocultar e dissimular a origem de recursos ilícitos, por meio de operações financeiras e patrimoniais irregulares. Há ainda, indícios de vínculos com organizações criminosas.
A polícia informou que aprofundamento das análises fiscais, contábeis e financeiras permitiu a identificação de novas irregularidades tributárias. A instituição afirmou que as medidas de busca e apreensão tem o objetivo de coletar de documentos, mídias eletrônicas e outros elementos relacionados a fluxos financeiros, patrimônio oculto e possível lavagem de dinheiro.
De acordo com a delegada do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco), Haline Peixinho, as investigações seguem em andamento.
“A atuação integrada das instituições reafirma o compromisso com o combate à sonegação fiscal, à lavagem de dinheiro e às organizações criminosas que utilizam estruturas empresariais para lesar o patrimônio público. Não estão descartadas novas medidas cautelares, a ampliação do número de investigados e outros desdobramentos da operação”, destacou.
Segundo a delegada, as informações técnicas produzidas pela Secretaria da Fazenda (Sefaz-BA), a partir do cruzamento de dados fiscais e da análise econômico-tributária, foram determinantes para o deferimento das medidas judiciais.
Histórico
A primeira fase da Operação Primus desarticulou uma organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro, adulteração e comercialização irregular de combustíveis, com atuação em dezenas de municípios da Bahia e ramificações em São Paulo e do Rio de Janeiro.
Na ocasião, foram cumpridas 74 medidas judiciais, sendo 62 mandados de busca e apreensão e 10 prisões. A operação resultou na denúncia de 15 investigados, na apreensão de 12 veículos e na autorização judicial para o bloqueio e sequestro de mais de R$ 6,5 bilhões em bens, além da manutenção das prisões preventivas.
Conforme a denúncia, o grupo atuava como braço financeiro e logístico de uma facção criminosa interestadual, utilizando postos de combustíveis e empresas de transporte para a lavagem de dinheiro oriundo de diversas atividades ilícitas.
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