AS LIGAÇÕES DO DEPUTADO NIKOLAS FERREIRA DO PL COM "CARTEL HARDCORE" DA MÁFIA DOS COMBUSTÍVEIS

Extensa reportagem de Sara Vivacqua, no DCM, revela elo de Nikolas Ferreira com organização criminosa condenada por fraudes fiscais, manipulação de bombas de combustíveis, caixa paralelo e sonegação de ICMS.
Terça-feira, (28) de outubro de 2025
Uma extensa reportagem de Sara Vivacqua, no Diário do Centro do Mundo, o DCM, revela a existência de uma ligação escandalosa do deputado federal Nikolas Ferreiras (PL-MG), uma dos bastiões do Jair Bolsonaro no Congresso, e o "cartel hardcore" da máfia que há anos é investigada por fraudes fiscais e manipulação no setor de combustíveis em Minas Gerais.

Segundo a reportagem, o maior doador individual da campanha de Nikolas foi Ronosalto Pereira Neves, empresário do grupo varejista Mart Minas, investigado pela Polícia Federal na Operação Ross, que confessou envolvimento em esquema de repasses ilícitos relacionados ao ex-senador Aécio Neves e à JBS.

Ronosalto admitiu ter realizado uma “transação financeira” a pedido de Joesley Batista que gerou R$ 1,1 milhão em dinheiro vivo—montante retirado diretamente em sua empresa por gerente da JBS, conforme reportagem do jornal O Globo.

Em suas campanhas de 2020 (vereador) e 2022 (deputado), Nikolas usou como endereço de comitê eleitoral um posto de gasolina desativado em Belo Horizonte (Avenida Silva Lobo, 667) — registrado formalmente como empresa de combustíveis, mas sem operar.

A empresa que detém esse endereço, Du Pape Empreendimentos S.A., controlada por Ciro Augusto Bergomi Picarro e Augusto Joaquim Picarro, está ligada a empresas condenadas pela operação Operação Mão Invisível — que investigou cartel de combustíveis, fraudes fiscais e manipulação de preços.

Essas empresas sob o grupo Picarro enfrentaram condenações da Conselho de Contribuintes de Minas Gerais por fraudes fiscais, manipulação de bombas de combustíveis, caixa paralelo, sonegação de ICMS, entre outros.

Ciro e Augusto Picarro também acumulam mais de 180 processos trabalhistas em diferentes localidades (BH, Contagem, Betim, Nova Lima) por não pagamento de verbas rescisórias, FGTS, contribuições previdenciárias, uso de sucessões empresariais para mascarar dívidas.

Os crimes ainda apresentam uma relação suspeita com Nikolas Ferreiras, que usando sua influência nas redes sociais, atacou medidas de rastreamento financeiro (como a norma sobre envio de dados agregados por fintechs — Instrução Normativa 2199/2024), alegando “fiscalização indiscriminada” do Pix.

Em agosto, após as declarações do bolsonarista, o deputado Rogério Correia (PT-MG) enviou notícia-crime ao Procuradoria-Geral da República pedindo investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) de Nikolas por possíveis crimes: divulgação de informações falsas, favorecimento indireto à lavagem de dinheiro, obstrução de investigação de organização criminosa e associação para o tráfico de drogas, já que há investigação em curso ligando facções, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), à lavagem de dinheiro por meio das fintechs.



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