China, Rússia e Paquistão apresentaram neste domingo (22) ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução que propõe um cessar-fogo “imediato e incondicional” entre Irã, Israel e Estados Unidos. A medida ocorre após os bombardeios americanos às instalações nucleares iranianas, realizados no sábado (21), que agravaram a crise no Oriente Médio.

A proposta diplomática foi revelada por delegações que receberam o texto e confirmaram ao UOL que a iniciativa marca uma reação coordenada ao que Moscou classificou como uma “violação grosseira do direito internacional”. Os ataques, segundo o Kremlin, representam uma ameaça direta à estabilidade regional e global.

O Conselho de Segurança da ONU realiza neste domingo uma reunião de emergência a pedido do Irã. A expectativa é de que o texto apresentado por russos, chineses e paquistaneses não seja votado de imediato, mas inicie intensas negociações entre as potências. Os EUA, como membro permanente, têm poder de veto e podem bloquear a resolução.

A Rússia condenou com veemência os ataques, destacando que foram promovidos por um país que deveria zelar pela paz internacional. “Uma escalada perigosa começou”, afirmou o governo de Vladimir Putin, citando também os riscos radiológicos das bombas lançadas sobre os complexos nucleares iranianos.

O Irã, por meio de seu embaixador na ONU, Amir Saeid Iravani, exigiu uma resposta imediata do Conselho e denunciou os EUA por “atos de agressão premeditados”. Na carta enviada ao órgão, o diplomata pediu que os responsáveis pelos ataques sejam punidos para evitar a impunidade e novos confrontos.

Desde a ofensiva de Israel iniciada em 13 de junho, o Oriente Médio tem assistido a uma escalada militar sem precedentes. A entrada oficial dos EUA na guerra aumentou o risco de um conflito regional de larga escala, enquanto a comunidade internacional tenta conter os danos e reativar canais diplomáticos.