DÓLAR EMPLACA 10ª QUEDA SEGUIDA E FECHA JANEIRO COM O MAIOR RECUO MENSAL DESDE JUNHO DE 2023

Preços de alimentos caem no atacado após 10 meses, inflação no atacado desacelera.
Sexta-feira, (31) de janeiro de 2025
Notas de dólar. — Foto: Dado Ruvic/ Reuters
O dólar registrou a 10ª queda consecutiva no pregão desta sexta-feira (31) e encerrou o mês cotado a R$ 5,83, o menor valor desde novembro. A moeda norte-americana fechou janeiro com uma queda de 5,54%. o maior recuo mensal desde junho de 2023, quando caiu 5,60%.

Investidores reagiram à divulgação de novos dados econômicos tanto no Brasil quanto no exterior. As últimas decisões de juros dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos também estavam no radar.

Por aqui, dados Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manhã, indicaram que a taxa de desocupação foi de 6,2% no quarto trimestre de 2024.

O número representa uma queda em relação à taxa de 6,4% do terceiro trimestre. Em 2024, a taxa de desocupação média anual foi de 6,6% — nesse caso, um recuo significativo em comparação aos 7,8% registrados em 2023. Segundo o IBGE, essa é a menor taxa de ocupação anual registrada em toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

Já no exterior, o dia foi marcado pela divulgação do PCE, o indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). O índice subiu 0,3% em dezembro e acumulou alta de 2,6% em 2024, em linha com as projeções do mercado financeiro.

O IBOVESPA, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em queda.

Preços de alimentos caem no atacado após 10 meses
Os preços dos alimentos registraram a primeira queda no atacado após dez meses consecutivos de alta, segundo dados do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), apurados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A queda ocorre em um momento em que a alta dos alimentos tem sido um dos principais fatores de pressão inflacionária no país, gerando preocupação no governo do presidente Lula (PT).

Segundo o g1, a desaceleração dos preços ao produtor é considerada um sinal positivo para a inflação ao consumidor, uma vez que os custos menores tendem a ser repassados ao varejo ao longo dos meses. No entanto, especialistas alertam que esse efeito não é imediato e depende do comportamento das cadeias produtivas e da demanda interna e externa.

Em janeiro, o IGP-M registrou alta de 0,27%, um recuo significativo em relação ao avanço de 0,94% em dezembro. Nos últimos 12 meses, o acumulado é de 6,75%. O principal fator para essa desaceleração foi a queda no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que subiu 0,24% em janeiro, abaixo dos 1,21% registrados no mês anterior. O IPA tem peso de cerca de 60% no IGP-M e reflete diretamente os custos da produção agropecuária e industrial.

Os produtos agropecuários tiveram forte impacto na redução do índice. O preço da soja, um dos principais produtos da pauta de exportação brasileira, caiu de -2,34% em dezembro para -5,71% em janeiro. As carnes também registraram desaceleração: o preço do gado bovino caiu de +2,50% para -2,17%, enquanto o da carne suína despencou de +1,51% para -11,24%. A batata-inglesa (-39,59% para -17,94%) e a laranja (-7,59% para -3,37%) também registraram queda significativa.

O economista da FGV IBRE, André Braz, explica que a queda nos preços ao produtor foi impulsionada pela melhora da oferta de algumas commodities e pela desaceleração da demanda global. Segundo ele, a tendência é que esse movimento contribua para um alívio gradual na inflação ao consumidor nos próximos meses.

Apesar do alívio no atacado, o governo Lula segue monitorando os preços dos alimentos, que seguem sendo um dos principais fatores de pressão sobre o custo de vida da população. Em dezembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, registrou alta de 0,52%, puxado principalmente pelo grupo Alimentação e Bebidas, que teve aumento de 1,18% no mês.

A alta nos preços dos alimentos tem sido apontada como um dos principais fatores de insatisfação da população com o governo. Pesquisa Quaest divulgada recentemente mostrou que a desaprovação ao governo Lula atingiu 49%, superando, pela primeira vez, a aprovação, que ficou em 47%.

Diante desse cenário, Lula afirmou que não pretende adotar medidas extremas para conter os preços, evitando distorções no mercado. O presidente ressaltou a importância de incentivar a produção interna, especialmente da pequena e média agricultura, e ampliar o acesso ao financiamento para os produtores.

Lula também sinalizou a intenção de dialogar com o setor produtivo para compreender as razões por trás da oscilação de alguns preços, como o do óleo de soja e da carne.

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