Agente golpista tentou esconder celular e resistiu a falar. Criminoso vazava informações da segurança de Lula.
Quarta-feira, (20) de novembro de 2024
Policial federal Wladimir Matos Soares, de 53 anos — Foto: Reprodução/Redes Sociais |
De acordo com as investigações, Wladimir Soares usava a posição para repassar informações privilegiadas para outros alvos da investigação e para integrantes do governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele fez segurança do hotel em que a equipe de transição do governo Lula atuava. Na representação que fez ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal cita uma mensagem enviada por Wladimir a Sérgio Cordeiro, que era assessor especial da Presidência da República, em 13 de dezembro de 2022.
Um dia antes, apoiadores do então presidente da República Jair Bolsonaro tentaram invadir o edifício-sede da PF. Wladimir contou que uma equipe do Comando de Operações Táticas da PF foi enviada para o hotel Meliá, que sediava a equipe de transição de Lula. Conforme as investigações, nem Jair Bolsonaro, nem Sérgio Cordeiro são alvos da operação e nem são citados no documento da PF como um dos integrantes do plano para matar o presidente Lula.
Segundo a PF, Wladimir Soares aproveitava a proximidade com Cordeiro para tentar confirmar com o então assessor de Bolsonaro dados sobre os integrantes da equipe de segurança pessoal de Lula. No mesmo dia, em 13 de dezembro, Sérgio Cordeiro enviou para o policial federal informações sobre Misael Melo da Silva, que integrava a equipe de transição de Lula.
Segundo informações de uma fonte da Polícia Federal, a corporação descobriu, ainda durante a transição de governo, que Wladimir Soares participava do acampamento junto ao quartel-general do Exército, em Brasília. Nesse momento, ainda segundo a fonte, o policial federal foi afastado de funções que o colocassem próximo à equipe de transição.
Agente golpista tentou esconder celular, resistiu a falar
Segundo apuração do blog, Wladimir Soares inicialmente reagiu à abordagem da corporação. Ele tentou esconder o telefone celular dos agentes, mas a ação foi frustrada pelos agentes. Com o aparelho apreendido e sob mandado de prisão, Soares optou por falar.
Segundo fontes que acompanham o caso, ele prestou um longo depoimento, esclarecendo pontos importantes da investigação, que já estava bastante avançada. Soares foi preso junto com quatro militares do Exército. Eles faziam parte de um grupo que, além de trocar informações e estimular um golpe de Estado para impedir a posse de Lula, também discutiam um plano que incluía os assassinatos do presidente, de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.