Governo argentino dá banho de água fria na extrema direita brasileira e entrega nomes daqueles que fugiram ao país após terem prisões decretadas por participação nos atos golpistas
Quinta-feira, (20) de junho de 2024
Apesar dos pedidos desesperados de asilo político feitos por lideranças do bolsonarismo, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), e do alinhamento do presidente argentino Javier Milei com a extrema direita brasileira, o governo da Argentina atendeu ao pedido do Ministério das Relações Exteriores do governo Lula.
Na noite desta quarta-feira (19), a Argentina enviou uma lista com os nomes de brasileiros acusados de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e que estão foragidos no país. A lista inclui cerca de 60 bolsonaristas que tinham prisão decretada ou que descumpriram medidas cautelares e fugiram para a Argentina sem passar pelos controles de fronteira. Segundo o governo argentino, dez desses golpistas já teriam deixado o país e fugido para outros territórios.
Em resposta a um pedido da Polícia Federal (PF), o governo brasileiro havia enviado à Argentina uma lista com os nomes e documentos de 143 pessoas condenadas pelos atos golpistas, solicitando que as autoridades argentinas especificassem quais delas estavam em solo argentino. Com a lista em mãos, o governo Lula agora encaminhará os nomes ao Supremo Tribunal Federal (STF), que preparará os pedidos de extradição a serem enviados à Justiça argentina.
Banho de água fria
Pouco antes da lista de foragidos ser enviada pela Argentina ao Brasil, o porta-voz de Javier Milei, Manuel Adorni, já havia dado um banho de água fria nos bolsonaristas ao afirmar que o governo argentino deixará a decisão nas mãos da Justiça.
Adorni descartou a possibilidade de existir um “pacto” para permitir a impunidade dos golpistas brasileiros que fugiram para o seu país. “Não fazemos pactos de impunidade com absolutamente ninguém, nem nunca o faremos”, declarou o porta-voz em conferência de imprensa.
"Na verdade, é uma questão judicial. A justiça tomará as medidas correspondentes quando chegar a hora de tomá-las, e nós as respeitaremos como respeitamos cada decisão judicial."
As informações são da Revista Fórum