MORRE ANDERSON LEONARDO, CANTOR DO GRUPO MOLEJO, AOS 51 ANOS

Cantor lutava contra um câncer inguinal desde outubro de 2022 e estava internado desde março deste ano
Sexta-feira, 26 de abril de 2024
A música brasileira perde hoje um integrante valioso: Anderson Leonardo, de 51 anos e cantor do grupo Molejo, morreu nesta sexta-feira, 26, após quase dois anos lutando contra o câncer. A informação foi confirmada pela família do artista, nas redes sociais.

"Nosso guerreiro ANDERSON LEONARDO lutou bravamente, mas infelizmente foi vencido pelo câncer, mas será sempre lembrado por toda família, amigos e sua imensa legião de fãs, por sua genialidade, força e pelo amor aos palcos e ao MOLEJO. Sua presença e alegria era uma luz que iluminava a vida de todos ao seu redor, e sua falta será profundamente sentida e jamais esquecida, nós te amamos", diz a publicação.

Em fevereiro deste ano, o cantor havia sido internado no Hospital Unimed, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, devido a fortes dores, logo após um show. De lá para cá, o quadro de saúde dele apresentou piora. No começo dessa semana, a família publicou um boletim médico de Anderson nas redes sociais, que afirmava que o artista havia sido transferido para unidade de terapia intensiva. Nesta sexta-feira, 26, Anderson não resistiu.

Ele deixa quatro filhos, Alissa, Leozinho Bradock, Rafael Felipe e Alice, de quatro anos.

A luta contra o câncer
Anderson descobriu o câncer inguinal, que afeta pênis e anus, em outubro de 2022. Em 2023, ele chegou a anunciar que estava curado da doença, mas em maio do ano passado precisou retornar ao tratamento para câncer nos testículos.

"O bom é que fiz meu tratamento, não faltei dia algum. Estava ansioso para começar e, graças a Deus me curei com a força desses rapazes", disse o cantor durante o programa "Encontro com Patrícia Poeta", da TV Globo.

O cantor chegou a fazer tratamento intensivo de radio e quimioterapia quando descobriu a doença.

O que é câncer inguinal?
Câncer inguinal refere-se a tumores malignos que se desenvolvem na região da virilha, também conhecida como área inguinal. O câncer pode ser uma metástase de cânceres originados em outras partes do corpo, como o câncer de próstata, câncer de ovário, câncer de testículo ou melanoma, que se espalham para os gânglios linfáticos da virilha.

Os sintomas do câncer inguinal podem incluir um caroço na virilha que não desaparece, dor na área, inchaço persistente, sensação de peso ou desconforto na região e perda de peso inexplicada. O diagnóstico geralmente envolve exames físicos, exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, e biópsia para determinar se o tumor é maligno.

O tratamento para o câncer inguinal geralmente envolve uma combinação de cirurgia, radioterapia e quimioterapia, dependendo do estágio do câncer, sua origem e outros fatores individuais do paciente. O prognóstico varia dependendo de vários fatores, incluindo o tipo e o estágio do câncer, a resposta ao tratamento e a saúde geral do paciente.

O comunicado da morte do artista foi feito no perfil oficial do Grupo Molejo no Instagram: "Nosso guerreiro ANDERSON LEONARDO lutou bravamente, mas infelizmente foi vencido pelo câncer, mas será sempre lembrado por toda família, amigos e sua imensa legião de fãs, por sua genialidade, força e pelo amor aos palcos e ao MOLEJO. Sua presença e alegria era uma luz que iluminava a vida de todos ao seu redor, e sua falta será profundamente sentida e jamais esquecida, nós te amamos", diz a publicação.

Quem foi Anderson Leonardo?
Filho do produtor Bira Haway (que, como técnico de som do Estúdio Haway, na região da Central do Brasil, gravou nos anos 1970 discos de Jamelão, Elza Soares, Fagner, Alcione, Fafá de Belém, Novos Baianos e Belchior, além de LPs de escolas de samba), Anderson nasceu e foi criado no bairro da Abolição, na Zona Norte do Rio, onde viveu cercado pelo samba. Um de seus melhores amigos de infância era Andrezinho, filho do ex-diretor de bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel, Mestre André, o inventor das paradinhas. Os dois meninos fizeram shows folclóricos no exterior, nos quais tocavam músicas de capoeira e executavam acrobacias com o pandeiro.

No fim dos anos 1980, Bira Haway montou o Molejo como uma banda de baile. No começo dos 90, Anderson e Andrezinho (surdo e vocal) assumiram a banda e se juntaram a Claumirzinho (pandeiro e vocal), Lúcio Nascimento (percussão e vocal), Robson Calazans (percussão e vocal) e Jimmy Batera (bateria). Orientados por Bira (que mais tarde produziria, além do Molejo, grupos como produtor de Revelação, Exaltasamba, Pixote), misturaram o samba-pop e bem-humorado dos Originais do Samba com as inovações introduzidas no samba de raiz pelo grupo Fundo de Quintal.

“Queríamos ser uma banda de baile, e nosso primeiro nome era Nossa Banda. Depois, mudou para Grupo Molejo que era o nome da banda do meu pai. Por querer ser uma banda de baile é que temos toda essa alegria, esse repertório e sempre estar cantando músicas de outros artistas e outros companheiros”, disse Anderson ao jornal “O AbreCampense”.

Em 1994, o Molejo lançou seu primeiro LP, “Grupo Molejo”, que estourou com o samba-rock “Caçamba” (“está tudo aí / que papo legal / estão dizendo lá no gueto / que você tem um suingue legal”). Os discos seguintes trariam “Paparico” (“arranjei um carro importado / uma beca e um celular / na verdade era tudo emprestado / não tenho nem onde morar”), “Brincadeira de criança” e a “Dança da Vassoura” (“diga aonde você vai / que eu vou varrendo”). Para sublinhar a alegria dos sambas, era fundamental a presença de Anderson, com o seu riso largo, sua voz rouca e uma dentição muito particular — que ele optou por corrigir em 2015.
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