Sábado, 30 de janeiro de 2021
Agricultores e agricultoras familiares das comunidades de Campo Largo, Riacho de Santo Antonio e Salgado, no município de Sento Sé, território de identidade Sertão do São Francisco, receberam, nesta terça-feira (26), uma casa de farinha móvel. Essa é a primeira unidade móvel entregue pelo projeto Pró-Semiárido, do Governo do Estado. Com um custo bem menor do que a construção de casa de farinha fixa, ela tem o objetivo de garantir que as famílias possam fomentar a produção e, consequentemente, a renda, com um equipamento que pode percorrer as propriedades das famílias que residem nas três comunidades.
Nessas localidades, a produção de farinha de mandioca é tradição e considerada a principal atividade econômica, mas a produção continua sendo de maneira artesanal. Com a chegada da casa de farinha móvel, as famílias que antes produziam cerca de 1.500 sacos de farinha por ano, o que equivale a 75 mil quilos, terão maquinário com capacidade para produzir até 216 mil quilos por ano, já que a unidade pode processar em torno de 60 quilos de farinha por hora, podendo chegar a 600 kg por dia.
Para o presidente da Associação de Fundo de Pasto de Campo Largo, José Lorenço Ribeiro Braga Almeida, o empreendimento é a realização de um desejo antigo dos moradores: “A casa de farinha é importante porque é o sonho de todo lavrador de Campo Largo, e hoje a gente está recebendo essa casa de farinha na parceria do Irpaa, Pró-Semiárido, CAR e a gente está muito gratificado com tudo o que está acontecendo na nossa comunidade”.
A tecnologia viabilizada pelo projeto Pró-Semiárido vai beneficiar diretamente 20 famílias que participam do grupo de interesse da mandiocultura. A ação conta com o apoio do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa). O Pró-Semiárido é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinaciamento do Fida.
“Nós adquirimos a casa de farinha móvel tanto pelo custo baixo quanto pela facilidade, e as famílias gostaram muito desta alternativa porque elas podem levar a máquina para as propriedades. Tem toda essa facilidade de locomoção. A tecnologia veio para agilizar, diminuir os custos e aumentar a produtividade”, ressalta o técnico em desenvolvimento produtivo do Pró-Semiárido, Victor Leonam.
Fomento à mandiocultura
Além das comunidades do município de Sento Sé, o Pró-Semiárido apoia outras localidades em municípios como Juazeiro, Curaçá, Senhor do Bonfim, Saúde, Caém e Mirangaba, que carregam a tradição do cultivo e beneficiamento da mandioca. Para cada comunidade, o projeto viabiliza empreendimentos que contribuem com o incremento da produção de acordo com a realidade local.
É o caso da comunidade Canavieira, em Senhor do Bonfim, onde o Grupo de Arte e Cultura da mandioca produz beijus coloridos e recheados para comercialização na feira do município. Lá, além do assessoramento técnico continuado, o Pró-Semiárido construiu cozinhas com forno adaptado para a melhor produção dos beijus. Já em Caém, foi implantada a unidade de beneficiamento de mandioca na comunidade Várzea Queimada, para produção de biscoitos.
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