sábado, 7 de março de 2020

CORRETORA XP, INVESTIGADA POR FRAUDE CONTÁBIL, FEZ LOBBY PELA PRISÃO DE LULA

Sábado, 7 de Março de 2020
A corretora XP, que será investigada nos Estados Unidos por fraude contábil, pode ter tido um papel mais decisivo no golpe de estado de 2016 e na articulação para a prisão política do ex-presidente Lula do que se imagina. A empresa, que pertence ao empresário Guilherme Benchimol e ao Itaú, contratou palestras de Deltan Dallagnol, fez de Luciano Huck seu garoto propaganda, divulgou pesquisas eleitorais e sempre fez lobby pela prisão de Lula com argumentos rasteiros, como o de que ele ” tumultua o ambiente”, o que constou de um relatório de novembro do ano passado divulgado a clientes. 

Leia abaixo um trecho:
Para as condições de aprovação da agenda de reformas, Lula livre é mais negativo que Lula preso. Mas, para fora da esquerda e do próprio PT, difícil imaginar que deputados de centro – com os quais o governo contou para aprovar sua agenda no início do ano- tenham capital para sobreviver mais três anos na política apenas exaltando a liberdade do ex-presidente e sustentando o discurso da prisão política.

Não se deve nunca menosprezar a capacidade do petista de criar fatos e tumultuar o ambiente, mas trabalhando o governo tem elementos e ferramentas para neutralizar o apelo desse discurso – no limite o custo para isso pode aumentar, em especial quando se tratar de deputados de regiões em que o petista tem mais apelo.

E, nesse caso, as condições econômicas também ajudam. Quanto mais cedo a agenda de Guedes trouxer resultados, menos apelo terá esse discurso. Na seara eleitoral, a decisão de agora, embora abra espaço para contestações futuras, não altera a inelegibilidade do ex-presidente. A contenda de 2022 ainda está distante e vermos muitas peças se movimentando até lá. Podemos ver até outras decisões que podem devolvê-lo à prisão, mas Lula livre em período eleitoral continua a ter peso significativo – só lembrar a confusão que levou o desconhecido Haddad ao segundo turno e deu a ele 45% dos votos.

Nesse cenário, estão presentes os elementos da polarização e do próprio cenário de 2018. O inimigo que construiu Jair Bolsonaro estará presente novamente, o que inclusive ajuda a reunir o grupo. Aqui, de novo, são menores as chances de êxito da esquerda quanto maiores forem os êxitos de Bolsonaro na agenda econômica. Com país crescendo e emprego retomando, fica mais difícil combater o governo atual em qualquer circunstância.

Do Brasil 247

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