Terça-feira, 04 de Fevereiro de 2020
Um vídeo gravado por testemunhas mostra uma mulher sendo empurrada por um policial durante as comemorações a Iemanjá, no último domingo (2). O caso ocorreu no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.
As imagens foram divulgadas após outro caso de agressão de PMs em Salvador, só que no bairro de Paripe, subúrbio ferroviário, onde um policial militar agrediu um rapaz com murros e chute, além de dizer insultos racistas ao se referir ao cabelo do jovem.
Sobre o caso do Rio Vermelho, através das imagens é possível notar um batalhão se aproximando de uma garota que está sentada no chão. Em seguida, outra mulher fica na frente dos policiais, como se quisesse proteger a garota no chão.
A mulher não faz qualquer gesto, mas leva um tapa na cara de um policial e cai no chão em cima de cocos que estavam espalhados no chão.
Depois, a menina que estava sentada no chão levanta e várias mulheres se reúnem em um grupo, então um dos policiais diz: "Você está errada, a gente é polícia, respeite". As meninas se abraçam e os policiais saem do local.
O comandante de Policiamento Especializado (CPE), coronel Humberto Sturaro, falou à TV Bahia sobre as duas agressões envolvendo policiais.
"Lamentável. Em primeira mão, gostaria de pedir desculpas à sociedade por esses fatos, isolados. A nossa força, Ricardo, o nosso respeito pela sociedade, e o respeito que a gente tem pelo nosso trabalho é através da nossa legalidade de nossas ações. Não da truculência, não da arbitrariedade. Nós temos um regulamento de disciplina forte, e é ele que nós utilizamos nesses momentos", disse Sturaro.
"O policial militar, ele vem da sociedade, ele sai desse meio. Às vezes, para se impor, ele usa da força, ele ultrapassa o limite da legalidade em alguma situação. Você vê que são fatos isolados. São jovens em formação. Nós formamos e formamos bem, nós formamos mais de 32 mil policiais militares. Esses policiais que usam desse tipo de argumento para se impor são exceção, ele não é a nossa regra. E o que nós fazemos com esses jovens, que são jovens também? Trazemos para o nosso seio, orientamos, reeducamos, mostramos a ele que não é um colete, não é uma arma que vai fazer dele ser diferente daquele semelhante não, e sim pela sua responsabilidade com o ser humano", complementou o coronel.
"Claro que em certas atitudes nós utilizamos da nossa força para nos impor. Para isso nós temos a lei que está do nosso lado. Nós convivemos com essa violência todos os dias, mas não justifica uma situação dessas. Nós lamentamos porque nós fazemos parte desse contexto. Então, o nosso regulamento disciplinar, para que todos entendam, nós abrimos um processo de sindicância, que leva a um processo disciplinar, e a um processo administrativo. O disciplinar ele é punido com advertência, ou então uma punição mais dura, como prisão e detenção. E a administrativa leva até a exclusão. Quando essa pessoa, quando esse policial militar não se enquadra, nós usamos a lei que nos protege para tirar ele do nosso seio. Essa situação não nos representa", disse.
Ao ser perguntado se os PMs envolvidos nessas situações podem ser exonerados, o coronel Sturaro disse: "Exatamente isso. Podem perder sim. Sairiam do nosso contexto, depois de um processo administrativo. Claro que ele tem todo o direito da ampla defesa, mas contra fatos não há argumentos".
Sobre qual o procedimento que deve ser adotado pelas vítimas deste tipo de violência, Sturaro ainda disse: "Primeiro, eu peço a todos para acreditar na corporação. Saber que nós não somos isso. São fatos isolados de pessoas que não fazem parte do nosso contexto. Não temer, procurar a Corregedoria, procurar a imprensa, nos deixar informados. Nós hoje vivemos numa era de tecnologia, da globalização, então tudo nos chega. As redes sociais nos permitem ter conhecimento de fatos que antigamente não sabíamos".
"Então, assim que esses fatos chegam às nossas mãos, tomamos atitudes duras. Para isso, tem que denunciar. Não tem que se acovardar, não tem que temer, não acreditar que usamos o corporativismo para isso. Usamos o corporativismo para nos proteger, sim, mas nos proteger de situações pontuais. Nós somos uma classe, claro, nós somos unidos, mas não corroboramos com esse tipo de atitude", concluiu.
Em outro, um PM espanca um homem negro e debocha de seu cabelo estilo black power durante uma abordagem.
“VOCÊ PRA MIM É LADRÃO, VOCÊ É VAGABUNDO ... COM ESSA DESGRAÇA DESSE CABELO AQUI” disse o policial e em seguida PUXA O CABELO DO RAPAZ EM POSIÇÃO DE REVISTA E COMEÇA A ESPANCA-LO.
Por TV Bahia e G1 BA
➤ Leia também
Nenhum comentário:
Postar um comentário