terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

FAMILIARES DE PACIENTE DENUNCIAM MACAS EM CORREDORES E ACOMPANHANTES DORMINDO EM PAPELÃO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

ATRAVÉS DE NOTA, HOSPITAL UNIVERSITÁRIO (HU) NEGA E AFIRMA QUE SUPERLOTAÇÃO É CAUSADA POR INOPERÂNCIA DE GESTORES PÚBLICOS

Terça-Feira, 11 de Fevereiro de 2020
Foto: Do Leitor/ Em frente à lanchonete do HU
Familiares de um paciente internado no Hospital Universitário (HU) de Petrolina, referência para os casos de alta e média complexidade na região, denunciaram ao Blog que a unidade hospitalar está com superlotação e “escondendo” as filas de pacientes nos hall e corredores do prédio para deixar uma “boa imagem” sobre a administração. Eles registraram a frente da lanchonete do hospital onde aparecem diversos pacientes em macas. 

Um dos parentes disse à reportagem que antes os internados eram levados para as enfermarias apenas com leitos desocupados, mas agora estão sendo deixados em qualquer área do HU. Segundo o leitor, a situação tem provocado desconforto até nos profissionais da unidade, que se queixam da “inexistência de segurança mínima para trabalhar no local”.

Outra denúncia contra a unidade, ainda de acordo com o leitor, é o tratamento “desumanizado” reservado aos pacientes e familiares. “Os corredores estão lotados de pacientes em macas no chão e acompanhantes dormindo em papelões. A grande parte fica principalmente na Ortopedia”, afirma.

A administração do hospital estaria orientando funcionários a “esvaziar” os corredores inferiores do prédio como uma “malandragem pra mostrar que está boa a gestão”. O problema, prossegue o leitor, é que nas “clínicas, a equipe é reduzia, deixando o paciente como se estivesse internado lá”, finaliza.

ATRAVÉS DE NOTA, HOSPITAL NEGA
O Hospital Universitário (HU) de Petrolina informou na noite desta segunda-feira (10) que não cogitou em nenhum momento “esconder pacientes para deixar uma boa imagem” sobre a administração e que tem implementado uma nova metodologia visando melhorar o fluxo e atendimento dos pacientes, embora trabalhe acima da capacidade prevista desde 2015.

A unidade, que é ligada a Universidade Federal do São Francisco (Univasf), ressaltou que apesar de ser referência em emergência de trauma da região, chega a ter dias de 200% de taxa de ocupação, e responsabiliza os gestores estaduais e municipais pela superlotação.

De acordo com o HU, a superlotação é consequência direta da falta de efetividade da Rede Interestadual, principalmente devido à inoperância de unidades que deveriam receber as demandas de baixa complexidade, como hospitais públicos de Senhor do Bonfim e Paulo Afonso, na Bahia. E que, por causa disso, ocorrem situações de filas de pacientes nos corredores da unidade.

Sobre a situação dos acompanhantes de pacientes dormindo em papelão no chão, a assessoria do hospital destacou que o HU-Univasf preza pela humanização de seus serviços e busca sempre acomodar a todos dentro da sua capacidade, da melhor forma possível, mas que, por conta da superlotação, não é possível acomodá-los, mas que todos são orientados sobre esse contexto.

Confira a íntegra da nota:
“Sobre a matéria intitulada “Familiares de paciente denunciam macas em corredores e acompanhantes dormindo em papelão no Hospital Universitário”, publicada pelo Blog do Carlos Britto, o HU-Univasf esclarece que atua desde 2015 acima da sua capacidade visto que, além de atender diversas especialidades, é o único hospital referência em emergência de trauma da região. O hospital já chegou a ter dias de 200% de taxa de ocupação.

É necessário frisar a devida responsabilidade dos gestores estaduais e municipais de saúde da Rede PEBA quanto ao problema de extrapolação da capacidade de atendimento enfrentado pelo HU. Nesse sentido, esclarecemos que a superlotação é consequência direta da falta de efetividade da Rede Interestadual, sobretudo no tocante à inoperância de unidades que deveriam receber as demandas de baixa complexidade em traumato-ortopedia como hospitais públicos de Senhor do Bonfim-BA e Paulo Afonso—BA. A situação de inoperância dessas e outras unidades acabam por penalizar o Hospital Universitário e seus pacientes, quadro que vem sendo denunciado insistentemente pelo HU-Univasf desde 2017, através de reuniões, fóruns e audiências públicas com as autoridades locais.

Dentro desse contexto e visando melhorar o fluxo e o atendimento dos pacientes, o HU tem implementado diversas iniciativas, sendo uma delas o projeto “Lean nas Emergências”, do Ministério da Saúde em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, conforme noticiado por este e outros meios de comunicação da região. 

O “Lean nas Emergências” busca o aperfeiçoamento de processos desenhada para assegurar fluxos contínuos e eliminar desperdícios. Essa iniciativa resultou na possibilidade de pacientes serem alocados em outras áreas que não aquelas às quais estavam alocados antigamente. Não se cogitou em nenhum momento “esconder os pacientes para deixar uma boa imagem”, já que a situação de superlotação é consequência da alta demanda na unidade e não de falta de atendimento ou de gestão. Já sobre o pernoite dos acompanhantes, é importante destacar que o hospital preza pela humanização dos serviços e busca sempre acomodar a todos dentro da sua capacidade, da melhor forma possível. Entretanto, por conta da superlotação, não é possível acomodá-los, sendo todos orientados sobre o contexto.

Vale destacar que o HU-Univasf é acompanhado e fiscalizado por órgãos de saúde, jurídicos e administrativos/financeiros como Ministério Público (federal e estaduais), Tribunal de Contas, Ministério da Saúde, Conselhos Profissionais, entre outros. Não obstante, por iniciativa do hospital, mensalmente são enviados relatórios de produção assistencial aos órgãos de controle, os quais são ainda disponibilizados no site institucional.

Por fim, e como sempre, o HU-Univasf se coloca à disposição da imprensa, autoridades e população em geral para prestar quaisquer esclarecimentos”.

Por Carlos Britto

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