Sábado, 16 de fevereiro de 2019
Por André Barrocal, na CartaCapital - Gustavo Bebianno, secretário-geral da Presidência de Jair Bolsonaro, está no bico do corvo após várias reportagens da Folha terem revelado um laranjal eleitoral do PSL, o partido bolsonarista que ele comandou na campanha de 2018. Seu chefe mandou a Polícia Federal (PF) investigar o caso e avisa que o demitirá se ele tiver culpa. Um dos filhos do chefe chama-o de mentiroso publicamente.
Sob o risco de ser o primeiro degolado do governo, Bebianno pode se tornar um homem-bomba. Ambicioso, participante de uma conspirata contra o chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni, para assumir a rédea da relação do governo com o Congresso, tem motivo para querer se vingar da família no poder, caso perca o cargo. E tem meios para atacar o clã.
Leia aqui a íntegra.
BEBIANNO VOLTA A DESAFIAR BOLSONARO: QUERO VER O PAPEL COM A DEMISSÃO
Embora diga que deva ser demitido, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, ainda não se considera totalmente fora do governo Jair Bolsonaro. Segundo ele, sua queda ainda é uma "tendência" apenas. "A tendência é essa, exoneração", disse ele a jornalistas neste sábado 16. "Eu quero ver o papel com a exoneração, a hora em que sair o papel com a exoneração é porque eu fui exonerado", declarou.
Mais cedo, por telefone a um aliado, ele teria dito que "se isso acontecer na segunda, o Brasil vai tremer", de acordo com reportagem dos jornalistas Edoardo Ghirotto e Eduardo Gonçalves, publicada nesta manhã. Bebianno também avaliou que Bolsonaro foi desleal ao demiti-lo, usando como pretexto uma reunião que ele teria com representantes da Globo, e acusou o presidente de estar "alienado, perturbado da cabeça" depois de ter saído do hospital.
A reportagem diz que, depois de uma reunião tensa nesta sexta-feira 15, Bolsonaro propôs uma alternativa a Bebianno para que ele deixe o cargo de ministro. Ao lado do presidente e de Bebianno, estavam presentes os generais Hamilton Mourão, vice-presidente, e Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da presidência da República, além do ministro Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Casa Civil. Bebianno não aceitou.
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