Quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019
O ministro Gustavo Bebianno ameaçou o presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira, 14, caso seja demitido do governo por conta do escândalo de candidaturas laranjas do PSL nas últimas eleições.
"Não sou moleque, e o presidente sabe. O presidente está com medo de receber algum respingo", disse Bebianno em entrevista à revista Crusoé.
Segundo o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), Bebianno ameaçou expor os podres da campanha que levou Bolsonaro à Presidência. "'Eu posso cair. Caso isso aconteça, Bolsonaro cai junto!', Conversa de Gustavo Bebiano com um jornalista de Brasilia hoje de manhã", escreveu Teixeira pelo Twitter.
Mais cedo, Gustavo Bebianno também mandou outro recado ao governo. "Não se dá um tiro na nuca do seu próprio soldado. É preciso ter um mínimo de consideração com quem esteve ao lado dele o tempo todo", disse ele em uma conversa com interlocutores. "Não vou sair escorraçado pela porta dos fundos", disse Bebianno, segundo o jornalista Gerson Camarotti.
“SE EU CAIR, BOLSONARO CAI JUNTO”, DISSE BEBIANNO A JORNALISTA
Humilhado publicamente pelo vereador Carlos Bolsonaro e pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, o ministro Gustavo Bebianno, secretário-geral da Presidência, mandou um recado direto aos que defendem sua demissão por conta do escândalo de candidaturas laranjas do PSL.
Segundo o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), Bebianno ameaçou expor os podres da campanha que levou Bolsonaro à Presidência. "'Eu posso cair. Caso isso aconteça, Bolsonaro cai junto!', Conversa de Gustavo Bebiano com um jornalista de Brasilia hoje de manhã", escreveu Teixeira pelo Twitter.
Mais cedo, Gustavo Bebianno também mandou outro recado ao governo. "Não se dá um tiro na nuca do seu próprio soldado. É preciso ter um mínimo de consideração com quem esteve ao lado dele o tempo todo", disse ele em uma conversa com interlocutores. "Não vou sair escorraçado pela porta dos fundos", disse Bebianno, segundo o jornalista Gerson Camarotti.
Aliados do ministro como o advogado Sérgio Bermudes indicam que ele tem munição para permanecer no governo. Segundo Bermudes, Bolsonaro deve sua eleição a Bebianno, o que pode ser interpretado como uma indicação de que o ministro pode revelar os podres de uma campanha ancorada em fake news.
Dinheiro dos laranjas irrigou campanha de Bolsonaro?
Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia -Ao morder Bebbiano, o ministro das laranjas, taxando-o de mentiroso em praça pública, o filho-pitbull deixou o pai numa sinuca de bico. O duelo está marcado para hoje. Bebbiano diz que não se demite e vai se encontrar com o presidente logo mais. A metralhadora está com Bolsonaro.
Se o capitão abate o ministro, preserva o seu discurso de combate à corrupção, mas corre o risco de ganhar um desafeto poderoso, que tem a caixa-preta da campanha presidencial. Bebbiano pode sair atirando. E tem bala na agulha.
Se não o demite, fragiliza sua posição de defensor da ética e da moralidade e coloca todo o PSL no balaio das laranjas.
Agora, se Bebbiano não for demitido nem se demitir, será o primeiro pato manco do governo, porque a investigação da Polícia Federal já começou e será uma espada de Dâmocles sobre a sua cabeça enquanto continuar no Planalto.
Impressiona a semelhança entre os esquemas de rachadinhas na Alerj e das candidatas-laranja do PSL em Minas Gerais e Pernambuco, embora tenham acontecido em outras épocas e a quilômetros de distância.
O princípio é o mesmo: eu te dou uma grana, você não precisa fazer nada e depois me devolve a maior parte. Não tem outra forma mais fácil de ganhar um extra sem fazer força.
No caso carioca, funcionários do então deputado estadual Flávio Bolsonaro depositavam valores na conta de outro funcionário do gabinete, mas funcionário máster: o ex-PM e segurança do deputado – o já célebre Fabrício Queiróz. Da conta dele esse dinheiro também saía rapidamente, mas não se conhece o beneficiário até agora.
No caso de Minas Gerais e de Pernambuco, assessores ou pessoas de confiança de dirigentes do PSL receberam verbas do fundo partidário para supostamente se candidatarem, contanto que as gastassem em gráficas apontadas pelos chefes. Mas o dinheiro não foi gasto nas gráficas. Seu destino final permanece oculto.
O que a Polícia Federal tem que investigar, se tiver carta branca é: 1) qual é a verdadeira extensão do escândalo? e 2) se o dinheiro do fundo partidário não foi gasto em gráficas, aonde foi parar?
Terá irrigado a campanha presidencial? É uma dúvida pertinente, já que Bebbiano era o coordenador nacional da campanha de Bolsonaro e responsável pelos repasses.
Oficialmente, Bolsonaro recebeu R$ 900 mil, enquanto Luciano Bivar, candidato a deputado federal, ficou com o dobro: R$1,8 milhão.
Como Bolsonaro já demonstrou fartamente que não rasga dinheiro é difícil acreditar que tenha aceito pacificamente essa desproporcionalidade acachapante.
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