BOLSONARO RECUA MAIS UMA VEZ E MANTÉM BRASIL NO ACORDO DE PARIS

Segunda-feira, 14 de Janeiro de 2019
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) concordou em manter o Brasil no Acordo de Paris. O ministro reconheceu que há oposição ao acordo climático dentro do governo mas que, "por ora, a participação do Brasil está mantida". As declarações foram dadas após almoço no Sevovi-SP com empresários do setor imobiliário.

Salles não detalhou as mudanças a serem propostas. "As metas de redução de emissão, que o Brasil e os outros países concordaram, estão OK. O problema é como você internaliza esses princípios e estes valores na legislação do País. A nossa única preocupação é se esta legislação restringe a liberdade e a ação de empreendedorismo e a gestão do território. Vamos estar muito atentos a isso", disse.

Decisão de Bolsonaro de deixar o Acordo de Paris foi duramente criticada pelo presidente francês Emmanuel Macron. Ele disse que a possibilidade de apoiar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul depende da posição de Bolsonaro sobre o Acordo Climático de Paris. "Não podemos pedir aos agricultores e trabalhadores franceses que mudem seus hábitos de produção para liderar a transição ecológica e assinar acordos comerciais com países que não fazem o mesmo. Queremos acordos equilibrados", disse Macron.

SEM ACORDO AMBIENTAL, NÃO TEM ACORDO COMERCIAL; DIZ MACRON
EFE - O presidente da França, Emmanuel Macron, disse hoje (29) que a possibilidade de seu governo apoiar o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul depende da posição do presidente eleito, Jair Bolsonaro, sobre o Acordo Climático de Paris.

"Não podemos pedir aos agricultores e trabalhadores franceses que mudem seus hábitos de produção para liderar a transição ecológica e assinar acordos comerciais com países que não fazem o mesmo. Queremos acordos equilibrados", disse Macron, sem citar diretamente as declarações contra o Acordo de Paris feitas por Bolsonaro.

Macron fez as afirmações em uma entrevista coletiva conjunta com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, com o qual se reuniu dois antes do início da Cúpula dos Líderes do G20, grupo formado pelas maiores economias mundiais.

A UE e o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, pois a Venezuela está temporariamente suspensa) negociam o acordo com base em três pilares - o diálogo político, a cooperação e o livre-comércio - há quase 20 anos.

Sem as dúvidas que manifestou em relação ao futuro governo brasileiro, Macron afirmou que pretende avançar nas relações com a Argentina e elogiou Macri por seguir um "rumo claro". Além disso, ressaltou que a França apoiou o pedido de empréstimo de US$ 57 bilhões feito pela Casa Rosada ao Fundo Monetário Internacional (FMI) após grave crise cambial.

Macron informou também que pretende criar um fórum econômico bilateral entre França e Argentina, para que empresas de médio porte dos dois países façam mais investimentos cruzados em setores como inovação e turismo.

Depois do encontro, os dois presidentes irão para a cidade de Tigre, ao norte de Buenos Aires, para um lanche oficial.

Além de Macron, que chegou ontem à capital argentina, já estão na cidade o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong.

Sobre a cúpula do G20, Macron indicou que espera que triunfe na reunião o espírito de "diálogo e cooperação". O presidente francês destacou ainda que tem uma relação "fácil e fluente" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em temas como segurança e luta contra o terrorismo, mas admitiu que há "desacordos" nas discussões sobre comércio e o clima.

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Zé Carlos Borges

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