GENERAL AMEAÇA INSTITUTOS DE PESQUISA E OFENDE ELEITORES DE HADDAD; JURISTAS LANÇAM MANIFESTO EM DEFESA DE HADDAD

Segunda-feira, 15 de Outubro de 2018
Grupo de juristas vai lançar nesta segunda-feira 15 um manifesto de apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT), que já reúne mais de 1,2 mil assinaturas. A manifestação foi organizada pelo grupo "Prerrogativas". Um dos organizadores, Marco Aurélio de Carvalho, afirma que o apoio é pluripartidário e reúne todos aqueles que veem a disputa como um embate "entre a civilização e a barbárie".

Entre os nomes que assinaram o manifesto está o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence, que atua na defesa do ex-presidente Lula, advogados como Alberto Zacharias Toron e Pierpaolo Bottini, além de juristas ligados ao PSDB, como Rubens Naves e Belisário dos Santos Júnior.

Para o grupo de juristas, Haddad é o único nome, no segundo turno, "capaz de garantir a continuidade do regime democrático e dos direitos que lhe são inerentes, num ambiente de paz, de tolerância e de garantia das liberdades públicas".

O grupo também está articulando um "observatório da violência", a fim de denunciar às autoridades os casos de agressões ocorridas em decorrência de divergências de opiniões políticas nesta eleição, praticadas por bolsonaristas. Além disso, foi montado um "bunker jurídico" informal para ajudar o PT a combater a disseminação de fake news, informa reportagem do Valor Econômico.

CAMPANHA DE HADDAD RECEBE ALERTA SOBRE VIGILÂNCIA MILITAR PRÓ-BOLSONARO
Por André Barrocal, da CartaCapital - Dois dias após a votação que quase levou o presidenciável da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL), à vitória em primeiro turno, um cardeal do QG petista recebeu um alerta sinistro. As principais peças do comitê de Fernando Haddad têm sido monitoradas pela área de inteligência das Forças Armadas.

Por trás da espionagem estaria o general da reserva Sérgio Etchegoyen, chefe do GSI, o órgão controlador da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin. O objetivo seria reunir informações para ajudar Bolsonaro a triunfar daqui a duas semanas.

É um alerta crível?

CartaCapital mostrou recentemente: a maioria do Exército bolsonarizou-se. É uma identificação corporativa alimentada pela fúria antipetista que se alastrou pelo País e se converteu em 49 milhões de sufrágios no deputado do PSL, 46% dos votos válidos.

Entre oficiais da reserva, o bolsonarismo é total. O vice da chapa dele, general Antonio Hamilton Mourão, comandava até setembro o Clube Militar, ponto de encontro dos que penduraram a farda. Vários militares colaboram com a campanha e os planos do candidato extremista.


Não é sobre política: é sobre meu risco de morrer por ser gay
Sempre tive divergências políticas com amigos próximos e parentes. Na minha família, por exemplo, minha simpatia pelo Partido dos Trabalhadores, pelos movimentos sociais e pelo campo progressista sempre foi minoritária. Isso nunca impediu, ainda que em um ninho tucano, eu vivesse os natais e as festas de família sem maiores problemas e discordâncias ideológicas. Votar em outro candidato é da democracia, e ainda que eu discorde das análises políticas de pessoas que eu amo muito, elas tem o direito de pensar diferente em questões econômicas e sociais.

O problema é que, nesta eleição, não são questões econômicas e sociais que estão em jogo. O que está em jogo é o meu direito à vida.

A relação de declarações homofóbicas do candidato que lidera as intenções de voto no segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL) é extensa. Entre os mais famosos ataques que o candidato da extrema-direita já proferiu, estão "Seria incapaz de amar um filho homossexual. Prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí" e "Não vou combater nem discriminar, mas, se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater". Ele ainda disse que homossexuais não produzem "nada de bom" para a sociedade e que para "corrigir" um "filho assim gayzinho" é só dar uma surra. Armado de mentiras, ele sempre foi um dos maiores detratores dos direitos da comunidade LGBT no Brasil, e promoveu a homofobia e a transfobia como ferramenta política para crescer entre as rodas conservadoras.

Deu certo.
Ainda que ele se explique longamente sobre as declarações que ele mesmo deu durante 30 anos de vida pública, está muito claro o que Bolsonaro pensa sobre o meu direito de existir enquanto homem gay. Suas declarações como deputado sempre reforçaram essa relação violenta para com os LGBT, no país que mais mata gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais, elas tem relação direta, aliada a outros atores reacionários, para a escada de violência homofóbica que vivemos.

Segundo o Grupo Gay da Bahia, a cada 20 horas um LGBT morre de forma violenta no país. A homofobia e a transfobia deixaram 445 mortos em 2017. Elegendo um candidato progressista, que pautasse políticas públicas de criminalização dos crimes de ódio e uma educação para a diversidade, este panorama reduziria gradativamente, mas ainda com a dificuldade em um país que historicamente nega direitos aos LGBT e os trata como cidadãos de segunda categoria. Com a eleição de Bolsonaro, entretanto, o discurso se empodera.

Quem odeia os LGBT, se sentirá permitido a odiar, já que compartilhará das mesmas opiniões do presidente da República, respaldado por eleições democráticas. Os crimes de ódio terão uma escalada nunca antes vista desde que a pauta da diversidade ganhou uma maior proporção, na metade dos anos 90. Grupos religiosos fundamentalistas, neonazistas, fascistas, conservadores radicais e toda sorte de reacionários que nunca teve pudores para expressar seu desprezo pela dignidade da comunidade sexodiversa, terá uma carta branca tácita para tirar a violência do campo das ideias e levá-la ao campo de batalha.

E isso não é só teoria. Nos Estados Unidos, desde novembro de 2016, quando Donald Trump foi eleito com um discurso semelhante de negação de direitos à minorias, os crimes de ódio estão em alta. Um estudo do Centro para Estudo de Ódio e Extremismo, da California State University, aponta um aumento de dois dígitos no número de casos em muitas regiões metropolitanas em 2016. Em cidades como Washington, capital americana esse número cresceu 62%. A lista de ocorrências inclui ataques a diversas minorias étnicas e religiosas mas, é claro, é engrossada por crimes contra os LGBT.

Assim sendo, eu não tenho a intenção de fazer o papel de profeta das tempestades, mas me debruçar sobre a realidade que se avizinha. Nem tenho a intenção de fazer terrorismo político, porque isso não muda a intenção de voto de ninguém, mas apenas de registrar, de maneira antecipada, que haverá mais sangue de LGBT nas ruas, e que anuência do Governo Federal, por omissão, será peça fundamental em cada assassinado e agressão que pessoas como eu estarão vulneráveis a sofrer.

Deixo, por fim, um recado que pode vir a ser póstumo: se eu for assassinado em um crime de ódio com um homofóbico declarado no Governo e você depositou seu voto pra ele, não venha no meu velório, não chore minha morte, não lamente pelo crime. Suas mãos estarão tão sujas de sangue quanto as dele, e minha memória, que viverá pra sempre, deixará marcado que cada facada, pancada ou tiro que terei recebido, terá a sua participação em essência.

Depois, não adiantará chorar sobre o meu sangue derramado.

GENERAL AMEAÇA INSTITUTOS DE PESQUISA E OFENDE ELEITORES DE HADDAD
Rede Brasil Atual - Quarto colocado na eleição para governador do Distrito Federal, com 110.973 votos, o general Paulo Chagas (PRP) repete a estratégia do candidato Jair Bolsonaro (PSL) de questionar os institutos de pesquisa que não apontem números favoráveis a ele. Em sua conta no Twitter, Chagas afirmou que se houver mudanças nas pesquisas, "teremos que por (sic) as barbas de molho", porque, segundo ele, "será o prenúncio da fraude". 

"A opinião pública não muda de uma hora pra outra, assim como um ateu não se converte ao Catolicismo e, num átimo, se transforma em um papa-hóstia!", escreveu ainda. O diretor do instituto Datafolha, Mauro Paulino, reagiu também por meio da rede social, com uma mensagem que começa com o título "SEM VERGONHA", em letras maiúsculas.

Ele informa que a próxima pesquisa sairá nesta quinta-feira (18). "Com a mesma isenção de sempre. Retratará a opinião pública com rigor técnico e alto potencial informativo", acrescentou. "Pesquisa de opinião é exercício da DEMOCRACIA com a qual TODOS temos que conviver."

Em seu blog, Chagas – que não respondeu a Paulino – foi além. Afirmou que se o candidato do PT, Fernando Haddad, ganhar, "vamos ter que reagir à altura do desacato". E falou em "intervenção federal no sistema eleitoral". 

Hoje, o militar acusou e ofendeu eleitores do candidato do PT à Presidência da República. Sempre no Twitter, disse que Bolsonaro foge dos debates "porque um eleitor seu (Haddad) tentou mata-lo (sic)". E acrescenta que esse agressor fez isso por ser um doente mental, concluindo que "eleitor de Haddad é doente mental". 

PARTIDO DE BOLSONARO FICA EM ÚLTIMO LUGAR EM RANKING DE TRANSPARÊNCIA
Rede Brasil Atual - O Partido Social LIberal (PSL), legenda do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, ficou em último lugar no ranking de transparência feito pelo Movimento de Transparência Partidária, organizado pelos cientistas políticos Marcelo Issa (PUC) e Humberto Dantas (USP), e pela administradora Victoria Gandolfi (FGV), que coordenou o trabalho.

Dando uma demonstração do que seria o acesso à informação em um eventual governo Bolsonaro, o PSL não cumpriu nenhum requisito da pesquisa, deixando de informar sobre seus filiados, contabilidade, estrutura e organização. Novo e PT ficaram nos primeiros lugares no ranking.

Os dados vêm sendo reunidos desde dezembro do ano passado. Em uma escala de zero a dez em transparência, o partido de Bolsonaro aparece com zero absoluto. Ao seu lado está o PCO, com a mesma nota.

Os pesquisadores observaram a divulgação de dados de contabilidade – receitas, despesas, patrimônio; membros do partido – relação de nomes, CPF, data de filiação, atuação no setor público; procedimentos internos – regimento, critérios para distribuição de recursos, comitê de ética; e estrutura partidária – órgãos de decisão, entidades apoiadoras, fornecedores.

No topo do ranking ficaram o Novo, com nota 2,5 e o PT, com 1,38. O MDB e o PSDB receberam nota 0,88. Todos os outros partidos tiveram notas menores que 1. As informações foram obtidas nas páginas oficiais dos partidos.

Os pesquisadores estabeleceram um número mínimo de informações consideradas básicas e as buscaram. O objetivo foi avaliar "o compromisso das legendas em apresentar informações de interesse público a respeito de suas estruturas e dinâmicas de funcionamento".

Os pesquisadores não consideraram as informações sobre os partidos que são divulgadas na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Entendemos que a função do TSE é fazer controle, fiscalização. O que a gente mede é outra coisa: o compromisso do partido com a transparência", explicou o cientista político Marcelo Issa ao jornal Valor Econômico.

Acompanhe as publicações do Blog do ZCB no Facebook. Curta aqui.

Leia também

Zé Carlos Borges

Seu maior portal de notícias agora com uma nova cara, para satisfazer ainda mais seu interesse pela informação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário