Segunda-feira, 16 de Julho de 2018
O aumento da mortalidade no primeiro ano de vida revela tanto o crescimento da miséria quanto a despreocupação com políticas sociais básicas. É um indicador com enorme impacto emocional e que reage bem a medidas simples e baratas. Por isso, muitas vezes governantes focam em diminuí-la, para ter algo de positivo a exibir, mesmo que a partir de um ano e um dia as crianças sejam deixadas ao deus-dará.
Mas no Brasil pós-golpe nem as aparências têm importância.
O Brasil, que vinha reduzindo suas taxas de mortalidade infantil com índices melhores que a média mundial nos últimos 26 anos, teve, em 2016, o primeiro dado estatístico de retrocesso: 14 óbitos infantis a cada mil nascimentos, um aumento de aproximadamente 5% sobre o ano anterior. Ministério da saúde culpa vírus zika e crise econômica.
Depois do dado negativo, o cenário da mortalidade infantil no país não tem prognóstico de melhora. A tendência é que ele volte a aumentar em 2017, segundo dados preliminares da Unicef.
Os dados que credenciam ao vírus zika o aumento da mortalidade, no entanto, não são conclusivos. A queda está associada à queda da cobertura de vacinação universal, protocolo em que o Brasil, até 2016, era referência internacional.
“Segundo o relatório do Unicef, entre 2015 e 2016 na América Latina a taxa ficou estacionada em 18 óbitos infantis por mil nascimentos. No mundo a tendência de redução se manteve —de 42 para 41. Para 2017, a previsão no Brasil é que a taxa fique, no mínimo, em 13,6 (contra 13,3 de 2015), mas os números oficiais ainda não estão fechados. A taxa de mortalidade infantil considera o número de mortos até um ano a cada mil nascidos vivos. Monitora-se ainda a taxa chamada de mortalidade na infância, que considera o número de crianças de até cinco anos mortas a cada mil nascidos vivos. Em 2016, morreram 36.350 crianças nessa faixa etária —19.025 nos primeiros sete dias.
(...)
Segundo ela [Denise Cesario, gerente executiva da Fundação Abrinq], o reajuste do Bolsa Família não tem levado em conta a inflação do período. Entre 2015 e 2016 teria sido de R$ 3 bilhões, mas ficou em R$ 1 bilhão. Neste ano, a dotação era de R$ 28,7 bilhões, mas, após contingenciamento, ficou em R$ 26,5 bilhões.” Leia mais aqui.
Por Luis Felipe Miguel, em seu Facebook
‘ACORDO COM O SUPREMO, COM TUDO, DEU NISSO’, DIZ CORREIA SOBRE ALTA NA MORTALIDADE INFANTIL
O deputado estadual Rogério Correia (PT) criticou o governo Michel Temer por causa do aumento da taxa de mortalidade infantil. O Brasil, que vinha reduzindo suas taxas de mortalidade infantil com índices melhores que a média mundial nos últimos 26 anos, ou seja, desde 1992, teve o primeiro dado estatístico de retrocesso em 2016: 14 óbitos infantis a cada mil nascimentos, um aumento de aproximadamente 5% sobre o ano anterior. Os dados são do Ministério da Saúde, analisados pelo jornal Folha de S. Paulo.
"Não é por acaso. Você faz um golpe de Estado, congela os gastos em saúde e educação por 10 anos, retira verbas que sustentavam o funcionamento do SUS e passa a demonizar, no discurso e na prática, todas as políticas sociais do governo anterior -- o mesmo governo anterior que havia conseguido retirar o país do Mapa da Fome da ONU", escreveu Correia no Facebook.
Ministério da saúde culpa vírus zika e crise econômica.
'Com Supremo, com tudo'
A expressão citada pelo parlamentar é referente à conversa entre o senador Romero Jucá (MDB-RO) e o ex-presidente da Transpectro Sérgio Machado, que ganhou destaque na imprensa em 2016. Na gravação, Jucá conversam sobre a possibilidade de trocar o governo Dilma e colocar Michel Temer na presidência para estancar as investigações da Operação Lava Jato.
JUCÁ - Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. [...] Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra... Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria. [...]
MACHADO - Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer].
JUCÁ - Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. 'Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha'. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.
MACHADO - É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
JUCÁ - Com o Supremo, com tudo.
MACHADO - Com tudo, aí parava tudo.
JUCÁ - É. Delimitava onde está, pronto.
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