Investigação que embasou a megaoperação realizada na última terça-feira ainda mostrou que CV tem responsável para pagar propina para PMs corruptos
Quinta-feira, (30) de outubro de 2025
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| Cláudio Castro, governador reeleito do RJ, apoio Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial — Foto: Adriano Machado/Reuters |
Na mensagem obtida pelos investigadores, o major Ulisses Estevam envia a foto de um carro para o traficante e informa que está no Morro da Fé, na Penha. “Preciso recuperar. Carro do 01. Esse eu tenho que resolver”, escreveu o oficial.
| Conversa em que major da PM pede ajuda para recuperar carro — Foto: Reprodução |
O policial militar segue ativo na corporação, no cargo de major. Um documento interno obtido pela EXTRA mostra que, no início de outubro deste ano, ele estava alocado como gestor estratégico na 5ª UPP/23º BPM, responsável pela área da Rocinha. O salário do último mês somou R$ 26.667,24.
De acordo com a polícia, logo após o pedido, Grandão adicionou os administradores de um grupo chamado “CPX da Penha”, solicitando que eles localizassem o veículo. O carro havia sido roubado em 26 de abril do ano passado e foi recuperado três dias depois, em 29 de abril.
A PM ainda não se pronunciou sobre o caso.
Na mesma investigação, Grandão foi apontado como o criminoso encarregado de negociar com policiais militares das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) o pagamento do chamado “arrego”. O objetivo seria reduzir a fiscalização e a repressão ao tráfico de drogas.
De acordo com o inquérito, Grandão, além de pagar propina a policiais das UPPs, coordenava os soldados do tráfico nas ruas, sendo o responsável por montar as escalas de plantão. Ele também administrava os eventos da Penha, como os bailes funks. Segundo os investigadores, Grandão mantinha até um telefone exclusivo para se comunicar com policiais militares que recolhiam a propina.
Constam também na investigação diversas fotos de anotações que mostram a contabilidade do tráfico. Em uma das imagens, obtida a partir da quebra do sigilo telefônico de um homem apontado como gerente do tráfico do Alemão, há uma lista de gastos que soma R$ 39 mil. O “arrego” aparece como o segundo item da relação, com valor de R$ 4,5 mil.
No topo, estariam Edgard Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, e Pedro Paulo Guedes, o Pedro Bala, identificados como chefes da facção na região. Em um segundo nível de comando aparecem Carlos Costa Neves, o Gadernal, e Washington Cesar Braga da Silva, o Grandão ou “Síndico da Penha”, apontados como gerentes gerais do conjunto de comunidades.
A apuração também identificou um terceiro escalão formado por gerentes de pontos de venda de drogas e responsáveis por áreas subordinadas a Doca. Segundo os investigadores, grupos de WhatsApp eram utilizados para coordenar o esquema criminoso e a rotina do tráfico na Penha.
Doca, apontado como chefe máximo, segue foragido. Ele tem 269 anotações, 26 mandados, comando de múltiplas áreas e apontado como o articulador das guerras expansionistas na Zona Sudoeste. Já o Carlos Costa Neves, o Gadernal, é apontado pela investigação como um “general”, responsável pela segurança, planejamento de enfrentamento e guerras. O Grandão é apontado como gestor operacional, que gerencia as escalas, bailes, propina e acesso ao Doca.
Cláudio Bomfim de Castro e Silva, mais conhecido como Cláudio Castro, 46, é o atual governador do Rio de Janeiro. Filiado ao Partido Liberal (PL), o político assumiu o comando do estado em meio a uma crise política em 2020 e se reelegeu nas urnas em 2022.
Religião e carreira musical
Paralelamente à carreira política, dedicou-se à música católica. Lançou dois álbuns autorais: "Em Nome do Pai" (2011) e "Dia de Celebração" (2015), disponíveis no Spotify, onde tem atualmente 73 ouvintes mensais.
É ligado há mais de 20 anos à Renovação Carismática Católica. Atuou como coordenador arquidiocesano do Ministério de Fé e Política da Arquidiocese do Rio e como animador do evento Rio de Água Viva, retiro de carnaval promovido pela RCC da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
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