TAXA DE DESEMPREGO DISPARA, BATE NOVO RECORDE NO BRASIL E ATINGE 14,6% NO 3º TRIMESTRE

Sexta-feira, 27 de novembro 2020
O desemprego no Brasil saltou para uma nova taxa recorde de 14,6% no trimestre encerrado em setembro, afetando 14,1 milhões de pessoas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice de 14,6% corresponde a um aumento de 1,3 ponto percentual em relação ao 2º trimestre (13,3%), e de 2,8 pontos percentuais frente ao mesmo intervalo do ano passado (11,8%).

"Essa é a maior taxa registrada na série histórica do IBGE, iniciada em 2012, e corresponde a 14,1 milhões de pessoas. Ou seja, mais 1,3 milhão de desempregados entraram na fila em busca de um trabalho no país", informou o IBGE.

O resultado do 3º trimestre ficou ligeiramente abaixo do estimado em pesquisa da Reuters junto a especialistas, de 14,9%.

O desemprego vem renovando recordes desde julho no país, à medida em que os trabalhadores que perderam sua ocupação na pandemia começam a buscar um emprego após o relaxamento das medidas de restrição.

Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o aumento na taxa de desemprego também reflete a flexibilização das medidas de isolamento social para controle da pandemia de Covid-19. “Em abril e maio, as medidas de distanciamento social ainda influenciavam a decisão das pessoas de não procurarem trabalho. Com o relaxamento dessas medidas, começamos a perceber um maior contingente de pessoas em busca de uma ocupação”, afirma.

População ocupada cai para nova mínima histórica
A população ocupada no Brasil encolheu 1,1% em 3 meses, para 82,5 milhões de pessoas, atingindo o patamar mais baixo da série histórica, segundo o IBGE. Em 12 meses, o país perdeu 11,3 milhões de postos de trabalho, considerando todas as formas de atuação no mercado de trabalho.

Com o novo recuo, o nível de ocupação encolheu para 47,1% da população apta a trabalhar, o menor da série histórica, contra 47,9% no trimestre anterior (47,9%). Desde o trimestre encerrado em maio, o nível de ocupação está abaixo de 50%, o que aponta que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.

Só construção e agricultura ampliam número de postos
Entre as atividades, somente construção e agricultura tiveram crescimento da população ocupada no terceiro trimestre aumento da população ocupada. Na construção, o aumento foi de 7,5% (399 mil pessoas a mais) e na agricultura a alta foi de 3,8% (304 mil trabalhadores a mais).

“A atividade da construção foi a que mais aumentou no período. Isso porque pedreiros ou outros trabalhadores conta própria, que tinham se afastado do mercado em função do distanciamento social, retornaram no terceiro trimestre com a reabertura das atividades e a demanda por pequenas obras, como reformas de imóveis”, afirma Beringuy.

Na outra ponta, a administração pública foi o destaque de postos eliminados, com uma redução de 3,7% (menos 616 mil pessoas) na comparação com o segundo trimestre.

Perspectivas
Apesar da reação da economia no 3º trimestre, com recuperação de parte significativa das perdas da fase mais aguda da pandemia, analistas avaliam que a taxa de desemprego deve continuar em trajetória de alta nos próximos meses, considerando o fim dos programas de auxílio, as preocupações com uma segunda onda de coronavírus e incertezas sobre o andamento de medidas de ajuste fiscal para garantir a sustentabilidade das contas públicas.

A reportagem é do jornal O Globo.

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