BOLSONARO PODE ACABAR COM A APOSENTADORIA DE 50% DOS TRABALHADORES; DENUNCIA CUT

Quinta-feira, 20 de Setembro de 2018
"A proposta de reforma da Previdência do candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, praticamente acaba com a aposentadoria pública no Brasil", denuncia a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Paulo Guedes, ‘mentor’ da área econômica de Bolsonaro,a ideia é eliminar a contribuição patronal para a previdência e capitalizar a aposentadoria. Outra proposta defendida pelo economista é a faixa única de imposto de renda, que triplica impostos para os brasileiros, especialmente os mais pobres.

Segundo a CUT, no Chile, onde o modelo foi adotado de capitalização foi adotado, "milhões de trabalhadores e trabalhadoras foram prejudicados". A instituição classificou a proposta do IR como "extremamente prejudicial à classe trabalhadora".

O sistema previdenciário sugerido pela equipe econômica de Bolsonaro é igual ao implantando no Chile no início da década de 80, em que cada trabalhador deposita cerca de 10% do seu salário em uma conta individual, gerida por empresas privadas que cobram altas taxas de administração. Nesse sistema, não há contribuições dos empregadores ou do Estado. Cinco empresas financeiras privadas administram esses fundos de pensão: elas têm patrimônio equivalente a 70% do PIB chileno, segundo dados da OCDE.

De acordo com o economista e professor da Unicamp Eduardo Fagnani, "a implantação do modelo chileno no Brasil completaria o suicídio econômico e social em curso, uma vez que a Previdência Social é um dos principais sistemas de distribuição de renda no nosso País". Os relatos foram publicados no site da CUT.

Fagnani argumenta que, hoje no Brasil, são 30 milhões de beneficiários da Previdência Social, sendo que 70% desse montante recebem apenas um salário mínimo. “É um importante mecanismo de proteção social e que contribui para a queda da desigualdade social”, diz o economista, que explica, também, que o sistema chileno beneficia somente os fundos de pensão privada.

Idosos vivendo à míngua no Chile
Passadas três décadas, o resultado é que apenas metade dos trabalhadores chilenos possuem aposentadoria que, em quase 90% dos casos, correspondem a valores equivalentes ou inferiores a cerca de meio salário mínimo, "o que torna-se uma situação insustentável para os idosos", diz a CUT.

"Isso porque a grande maioria dos trabalhadores, que sempre ganhou salários baixos ou passou grandes períodos desempregada, não conseguiu fazer uma poupança com recursos suficientes para garantir os gastos de todos os anos de sua velhice. Hoje, o Chile tem uma massa de idosos vivendo à míngua, perambulando pelas ruas, procurando bicos para sobreviver ou sobrevivendo de caridade", continua.

"No Brasil, a exemplo, da grande maioria dos países, a previdência é baseada no princípio de solidariedade – quem trabalha hoje paga a aposentadoria dos mais idosos – e é financiada pelo Estado, pelos empregadores e pelos trabalhadores. Os trabalhadores de carteira assinada colaboram com um fundo público, que também recolhe contribuição patronal, e que depois garante a aposentadoria, pensão e auxílio a seus cidadãos. Acabar com isso é uma temeridade que coloca em risco social milhões de idosos, sem recursos suficientes até mesmo para comer".

*Com informações da CUT

NA TABELA BOLSONARO DE IR, POBRES PAGAM MAIS E RICOS PAGAM MENOSA 
proposta do candidato da extrema-direita a presidente, Jair Bolsonaro (PSL), para o Imposto de Renda deverá aprofundar as desigualdades sociais já agravadas no País desde o golpe parlamentar de 2016. 

Segundo o economista Paulo Guedes, responsável pela política econômica de Bolsonaro, de perfil ultraliberal, a proposta é criar um imposto de renda único, com alíquota de 20% para todas as pessoas, sejam físicas ou jurídicas. Ou seja, o trabalhador que ganha 1.500 reais, o que ganha 8 mil reais ou o empresário que fatura 150 mil por mês pagarão o mesmo imposto de renda de 20%.

No Brasil, hoje, quem ganha até 1.900 reais está isento do IR. A partir daí o IR retido nos salários é cobrando por faixas que vão de 7,5% a 27,5%, cobrados de ganhos a partir de 4.664 reais. Ou seja: o IR ficaria mais caro para quem ganha menos e menor para os salários ou rendimentos maiores.

Depois da polêmica, Bolsonaro foi às redes sociais para garantir que, em uma eventual futura gestão sua, não haveria espaço para aumento de impostos. “Ignorem essas notícias mal intencionadas dizendo que pretendemos recriar a CPMF. Não procede. Querem criar pânico, pois estão em pânico com nossa chance de vitória. Ninguém aguenta mais impostos”, postou o candidato do PSL, num recado direto para Paulo Guedes tomar cuidado com suas propostas.

Acompanhe as publicações do Blog do ZCB no Facebook. Curta aqui.

Leia também

Zé Carlos Borges

Seu maior portal de notícias agora com uma nova cara, para satisfazer ainda mais seu interesse pela informação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário