DELAÇÃO DE FUNARO PODE IMPLODIR MEIO CONGRESSO

Sexta-feira, 01 de julho de 2016
A prisão do empresário Lúcio Funaro, ocorrida nesta manhã, pode implodir a Câmara dos Deputados. Isso porque Funaro foi o principal aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na sua eleição para a presidência da Câmara dos Deputados e conhece, na palma da mão, cada um dos parlamentares da base aliada de Michel Temer.

Funaro já fez delação premiada no processo do mensalão, quando era acusado de operar para Valdemar Costa Neto, do PL. Caso repita a dose, ele poderá implodir praticamente todo o PMDB, assim como os partidos do chamado Centrão. O empresário foi acusado de arrecadar, para Cunha, recursos ilícitos por meio de financiamentos do FI-FGTS. Tais recursos, segundo se suspeita, seriam usados para manter a base parlamentar de Eduardo Cunha, por meio de pagamentos regulares e doações de campanha. Com isso, ele controlava cerca de 55% dos votos da casa e conseguiu aprovar o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Se Funaro decidir contar o que sabe, haverá a implosão do parlamento brasileiro.

PRISÃO DE FUNARO ASSUSTA TEMER, CUNHA E GEDDEL
O Palácio do Planalto está em alerta máximo nesta sexta-feira, desde a prisão do empresário Lúcio Funaro, braço direito do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O interino Michel Temer já sabe que, se Funaro vier mesmo a fazer uma delação premiada, ele terá que demitir novos ministros, além dos já derrubados Romero Jucá, Fabiano Silveira e Henrique Eduardo Alves.

O primeiro alvo seria Geddel Vieira Lima, que cuida das relações do Palácio do Planalto com o Congresso. Isso porque Geddel é, assim como Cunha, um dos políticos mais próximos a Funaro. A preocupação, no entanto, não se restringe a ministros do PMDB. Funaro conhece todos os segredos do PMDB – o que envolve, obviamente, o próprio Temer. Não por acaso, Funaro tinha como advogado Antônio Cláudio Mariz, amigo pessoal de Cunha, que chegou a ser cogitado para o Ministério da Justiça. No entanto, dias atrás, Funaro trocou Mariz por Antônio Figueiredo Basto, especialista em delações premiadas. De acordo com a delação premiada de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica, o esquema capitaneado por Cunha gerou propinas de pelo menos R$ 15,9 milhões pagas por empresas favorecidas com repasses do FI-FGTS, um fundo formado por recursos dos trabalhadores. 

Do Brasília 247 
Por Zé Carlos Borges
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Zé Carlos Borges

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